EM DEFESA DAS SOGRAS.

 

 

As sogras costumam ser muito injustiçadas! Existe um estereótipo social de desqualificação com relação a elas. No imaginário popular, elas são retratadas de forma caricatural e pejorativa, sendo sempre alvo de gozações e piadas. Sua figura é associada à de uma cobra, sempre destilando veneno e pronta para dar o bote. As coitadas das sogras são motivo de chacotas: “sogra boa é a que já morreu”; “sogra não é parente. É castigo”; “Feliz foi Adão, que não teve sogra”.” Quanta injustiça!

 

Alguém que esteja lendo este artigo pode estar pensando: você está falando isso porque não conhece a minha sogra!Tudo bem, existem sogras e sogras. Claro que existem as problemáticas, que julgam que seu filho (a) é bom demais para qualquer pessoa; que dão palpite em tudo; que adoram se meter na vida do casal e na educação dos netos; que criticam os parceiros (as) dos filhos na frente de todo mundo e, para completar, adoram elogiar os ex-namorados (as) dos filhos na presença dos (as) atuais, Parece que elas se esquecem que estão atrapalhando a vida e a felicidade dos filhos.

 

Na verdade, o problema maior se dá na relação entre as mulheres (sogra x nora). O sogro não tem a mesma má fama e é mais difícil haver conflitos da sogra com o genro. Mesmo que ela não gosto muito do genro, é mais provável que ela verbalize suas restrições em conversas reservadas com a filha do que tenha um enfrentamento direto com ele. As relações conflituosas, muitas vezes, demonstram o medo de perder seu filho para outra mulher – mesmo sendo amores diferentes: o da mãe é maternal e da namorada/esposa é erótico.

 

A relação entre as duas mulheres é influenciada pelo vínculo que tiveram com suas respectivas mães e, no caso da sogra, se na relação com o filho, conseguiu elaborar e solidificar seu vínculo maternal,  entenderá a necessidade que ele tem de estabelecer outros vínculos femininos; não verá a nora como alguém que quer lhe roubar o amor do seu filho; respeitará sua escolha e permitirá que uma nova estrutura familiar surja, sem que se sinta ameaçada no seu amor e sua liderança.

 

Embora cada um de nós tenha um sistema de valores e uma cultura familiar própria, quando nossos filhos casam, todos passarão a pertencer a uma mesma família. É bom que a nora lembre que, não fosse pela sua sogra, o seu amado não existiria; por outro lado, é também importante à sogra lembrar-se que cumpriu seu papel de mãe, já criou o filho e agora deve deixá-lo ir formar sua nova família, passando a ocupar-se com as coisas da sua própria vida, envolvendo-se mais com seu marido, sua casa…

 

Em nome da paz e da felicidade dos nossos filhos, precisamos respeitar a escolha deles e buscar estabelecer com nossos genros e noras vínculos maduros, onde o respeito mútuo, a compreensão, o afeto e a ternura se façam presentes. Sogras não são megeras nem santas. São mães e que podem acolher os novos membros da família como filhos, pois serão pais/mães de seus netos…

PS: minhas filhas criaram uma nova categoria de relação: dizem que meu genro é assogralhado.

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