VIVO ATORMENTADA PELA CULPA!

 

Não há como negar, mesmo que não seja assumido publicamente, o sentimento de culpa rouba a paz, a tranquilidade e assombra a vida de quem carrega a convicção, justificada ou não, de ter prejudicado e causado sofrimento em uma outra pessoa. Mas sofrimentos a parte, é saudável e importante sentirmos culpa , pois essa mistura de elementos emotivos e cognitivos representa um traço de nossa humanidade; ao estabelecermos um debate interno de nossos valores, definimos o quanto de empatia temos com o sofrimento alheio e a partir daí percebemos quais os nossos limites nas relações com os outros.

De um modo geral, sentir culpa é sinal de caráter, apenas os psicopatas, pessoas que apresentam uma conduta social patologicamente alterada, não conseguem elaborar o sentimento de culpa. Eles são capazes de cometer atrocidades sem sentir a mínima empatia e compaixão. A ausência de emoção os define! Não sentem angústia pessoal, remorso ou vergonha e desconhecem o que são valores morais e éticos; Então, para alguém que não sente remorso ou vergonha, o outro vai ser sempre o culpado de tudo – eles podem até pedir desculpas por algo acontecido, desde que lhes convenham, mas não há a mínima emoção e verdade nesse gesto.

SENSO DE LIMITE

Então, sentir culpa pode ser algo saudável se nos permite reavaliar responsabilidades e condutas, porém, passa a ser patológica quando a pessoa se culpa por tudo, até pelo que não cometeu, o que prejudica absurdamente as suas escolhas na vida. Para que se aprenda a elaborar e lidar com o sentimento de culpa é preciso entender que ela esta presente na tradição das religiões judaico-cristãs  e  no ambiente familiar ( o principal lugar onde a culpa se origina) .As mães costumam ser os seres mais culposos do mundo pois as mulheres padecem mais com o sentimento de culpa por serem mais empáticas.

Assim, como as mães não conseguem atender a todas as demandas dos filhos e não podem lhes dedicar todo o tempo que gostariam de ter, normalmente porque estão trabalhando fora e ocupadas com tantas tarefas domésticas, como uma forma de compensação, terminam sendo muito permissivas e incapazes de colocar limites nos filhos ou os arrastam junto nesse processo culposo – “você acha que eu mereço isso?”, “olha o que você faz comigo!”. Em razão disso, os filhos crescem acreditando que não foram bons o suficiente , que frustraram a expectativa dos pais e incorporam a sensação de que sempre estão em débito com os outros. É claro que os homens também são envolvidos nessa culpa familiar, mas a mulheres são imbatíveis nesse quesito.

CONTABILIDADE MENTAL

E, mobilizados por essa contabilidade interna, que mistura elementos cognitivos e emocionais e causam tanto desconforto e sofrimento, é que nós adultos nos enrolamos: revivemos as cobranças feitas por nossos pais na infância e trazemos para o presente o medo infantil de sermos julgados e punidos por nossos pais. Quem assistiu ao filme Contos de Nova York, de Woody Allen, possivelmente vai lembrar-se do episódio Édipo Arrasado, em que o personagem vivido por Allen é perseguido por sua mãe, que aparece nos céus da cidade o vigiando de forma ameaçadora e controladora, mostrando o quanto pode ser muito difícil para algumas pessoas fugirem das representações que criaram internamente dos pais.

O sentimento de culpa, desde que vivido na dose certa (quando nos movimenta em direção a reparação e não nos paralisa e nos fixa no sofrimento) -, nos ajuda a amadurecer e a modificar condutas. Eu acredito que na vida é sempre produtivo a gente tentar refletir sobre as situações em que estamos envolvidos e tentar separar o que é responsabilidade nossa e o que é do outro; também vale a pena imaginar o fato acontecido tendo outra pessoa como protagonista e perceber como nós julgaríamos a situação e como  acharíamos que ela devia agir? – assim fica mais fácil perceber a nossa rigidez. Não tenha compromisso com o erro, se movimente, modifique condutas e tente achar uma forma de reparação sempre que julgar necessário. Seja cuidadoso com o outro e com você também!

 

2 comentários

  1. Ça revient au même : de toutes façons, ce sont ceux qui travaillent, qui produisent, qui cotisent donc… qui finiront par payer. Que vous le vouliez on non. Qu’ils le veuillent ou non.« montant des retraites perçues, ch&b0age&#823m;&n´sp;Ãraquo; : donc finalement durée des cotisations…

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