Uma das reclamações mais freqüentes nos relacionamentos amorosos é a falta de liberdade. Por medo de ser traído e de sofrer com o término da relação, muitos casais vivem um relacionamento baseado em controles e impedimentos e, por ciúme ou insegurança, acabam impondo tantas cobranças e restrições, tentando limitar a conduta e a vida do parceiro, que muitas vezes para evitar uma briga passa a omitir algum fato acontecido ou até mesmo mentir a fim de garantir a paz na relação. Paz temporária é claro porque é impossível se viver em paz numa relação de possessividade.
Ao nos vincularmos afetivamente a alguém, isso não nos dá o direito de ter o controle da vida do outro e muito menos de determinar o que ele pode ou não pode fazer. É evidente que cada um de nós tem o direito de falar o que pensa e deseja de uma relação e sem abrir mão de valores e crenças, negociar processos de vida deixando bem claro o que é permitido acontecer em termos relacionais e o que nós somos capazes de aceitar. Se o outro corresponder a nossa expectativa de vida ótimo, se não, nada a fazer a não ser se dar uma nova chance ao amor e tentar ser feliz com outra pessoa ou de outra forma.
GARANTA SUA INDIVIDUALIDADE E SEU ESPAÇO PESSOAL
É impressionante como algumas pessoas quando estão namorando ou se casam, afora os horários em que estão trabalhando, desempenhando algumas atividades domésticas ou tarefas específicas de gênero como levar o carro na oficina, ir ao salão de beleza… passam a fazer tudo ao lado do(a) companheiro(a), pois parece que não existe prazer e nem vida sem a presença dele(a). Assim, sair sozinha(o) com os amigos para almoçar fora, tomar uma cervejinha, fazer compras, ir ao cinema, jogar conversa fora ou simplismente ficar sozinho em casa, pensando na vida é algo impensável.
Na verdade, não é algo que seja impensável, é irrealizável. Muitas vezes, as pessoas gostariam sim de ter um espaço próprio de vida, de ter a sua individualidade, mas abrem mão de ter seu espaço pessoal tão somente para evitar que o outro também tenha esse direito. Acontece que, ao limitar a vida do outro além de você limitar a sua, também o (a) impede de ser ele(a) mesmo(a), de assumir os desejos dele(a) e de viver de acordo com o que acredita. E se você não concorda com isso, mas, mesmo assim, termina atendendo aos desejos do(a) parceiro(a) saiba que ao fazer tudo para agradar o(a) outro(a) você está trilhando o caminho mais rápido para a rejeição.
QUALIDADE NA CONVIVÊNCIA AMOROSA
Nos relacionamentos amorosos, os dois são responsáveis por tudo de bom e de ruim que acontecer na vida deles. Para viver um relacionamento leve e gostoso é necessário que as pessoas possam viver seus afetos com segurança e com tranqüilidade e se empenhem em construir um espaço de intimidade, envolvimento, companheirismo e dedicação. Demonstrem sempre o seu amor e carinho e falem, conversem e discutam prioridades, desejos e preferências.
Respeite as diferenças e seja livre para amar e receber amor. O amor só cresce na liberdade e não nas interdições e impedimentos. Nós fazemos escolhas na vida e somos responsáveis por elas. E como bem disse Guimarães Rosa “o bom e gostoso da vida é que a gente nunca está pronto, acabado. A gente afina e desafina”, e convive com todas as conseqüências de nossas escolhas. Para se viver um grande amor é preciso ter delicadeza de alma para se encontrar colo no olhar do outro e aconchego nos momentos de desejo e precisão.