Em tempos de redes sociais, saber da vida dos outros (o que a pessoa faz, o que ela gosta, quais lugares frequenta, quem são seus amigos…) pode ser uma tarefa muito fácil, desde que a pessoa tenha por hábito postar fatos e fotos envolvendo a sua vida social. E, quando há algum interesse afetivo envolvido nessa pesquisa, “stalkear” (palavra derivada do inglês stalker, que significa perseguidor e passou a ser um termo utilizado pela internet no sentido de espionar) a vida dele, da ex, da família e dos amigos pode ser tarefa para muitas horas e render muitas informações.
O problema maior se dá quando você se acostuma a fazer uma “varredura” na vida do parceiro e o que é pior, estabelece um parâmetro constante de comparação com o que acontecia no relacionamento anterior ao que acontece agora, no relacionamento de vocês. Nesse contexto, um relacionamento que deveria ser a dois, passa a ser a três porque outra pessoa, do passado dele (ou dela), se faz presente com frequência e essa lembrança pode se tornar uma tortura para ambos.
Quem fica preso ao passado, ao seu ou ao do outro, não consegue ter saúde mental (equilíbrio emocional entre o mundo interno e as exigências externas) e sofre muito por não conseguir lidar com as suas emoções e administrar a própria vida. É o amor que dá sentido à vida, mas esse exercício de bem querer precisa começar por você, a sequência deve ser: primeiro o amor próprio e, depois, o amor pelos outros. Ter maturidade é essencial para se obter gratificações na vida.
É preciso que você lembre que todos nós temos um passado, uma história pessoal e, se formos bem honestos conosco mesmos, temos que admitir que nem sempre fizemos as melhores escolhas na vida e que, até nos envergonhamos de algumas delas. Porém, muitas pessoas têm dificuldades em aceitar o passado dos outros, provavelmente, porque elas têm dificuldades em aceitar seu próprio passado, sua história de vida que não aconteceu do jeito que ela desejou e sonhou.
Stalkear a vida do parceiro, fixar-se no passado dele é sinal de insegurança e baixa autoestima. Ter ciúme retroativo não faz o mínimo sentido! Você ter ciúme do passado da pessoa amada, em uma época em que vocês não estavam juntos, talvez nem se conhecessem é muita falta de noção de realidade. Não existe exclusividade de afeto no mundo atual, até o primeiro namorado já deve ter se apaixonado anteriormente por alguém, assim como você.
Sabe de uma coisa, o seu amor atual já gostou de alguém, já amou, já deve ter sido feliz com outra pessoa, mas essa história acabou, se não ele não estaria com você. Ficar achando que ele era mais feliz com ela porque ele fazia coisas que não faz com você, é um pensamento seu, ele por certo faz coisas com você que não fazia com ela. Erros e acertos anteriores, toda a experiência vivida o tornaram a pessoa que ele é e por quem você se apaixonou.
E sabe do que mais: “o futuro é excitante, a busca do prazer também. O momento é este, devemos nos apressar” (Schutz). Feliz vida!