A dor é um sentimento angustiante. Independente da intensidade com que ela é sentida, mesmo aquela dorzinha chata que não aumenta e nem passa é sempre uma experiência sensorial ou emocional desagradável, causa desconforto, agonia e sofrimento. Embora a dor seja o motivo mais comum para consultas médicas e psicológicas, muitas pessoas só procuram ajuda quando não aguentam mais e, às vezes, pode ser tarde. Precisamos ficar atentos à repetição das dores, pois isso é um sintoma de que algo vai mal e que precisamos nos cuidar, evitar as situações que podem nos causar sofrimento e aprender a cuidar e lidar de forma diferente com as dores da vida.
Nós estamos mais acostumados a lidar com nossas dores físicas, na maioria das vezes sabemos identificar onde dói; já as dores emocionais, conhecidas como as dores da alma, trafegam pelo nosso corpo, nos roubam a tranquilidade e, normalmente, acontecem quando vivemos frustrações fortes, decepções, traições, rejeições, sonhos desfeitos, términos de relacionamentos, lutos e perdas em geral. Mas, toda dor é dor, não se compara e nem se mede! A dor emocional se junta às dores do corpo e produz novas dores, assim como as dores do corpo produzem dor emocional e vão se retroalimentando…
A dor e o amor visitam-se e convivem-se, são experiências subjetivas diretamente ligadas a componentes físicos, psíquicos e sociais. A forma como as pessoas vivenciam o amor e a dor, expressa claramente seus valores e códigos culturais. Nós somos seres relacionais, mas nem sempre a convivência com o outro é harmoniosa; a cada dia aumenta, nos consultórios psicológicos, a procura de atendimento por pessoas que estão sofrendo alto nível de dor emocional e até mesmo física, em razão de viverem relações adoecidas e destrutivas – esse sofrimento, quando não tratado, pode gerar prejuízos ainda mais sérios como ansiedade severa, depressão e outros distúrbios psiquiátricos.
Sem dúvida, a melhor e mais maravilhosa expressão do amor é o amor próprio (“o meu melhor amigo é o meu amor”). Quando a gente se ama, também sofre com a perda do amor nos términos de relacionamentos, mas não fica aprisionado em relações destrutivas que minam a nossa autoestima, roubam a nossa paz e tranquilidade e nos impedem de caminhar na vida. Quem se ama é muito mais resiliente!
Amar, também, implica a possibilidade de sofrer e de viver desencanto, mas é necessário que diante das dificuldades e impossibilidades da vida você avalie o tamanho da sua dor, as suas dificuldades em lidar com esse relacionamento, qual o melhor caminho a seguir e, busque ajuda para poder cuidar ou do amor que caiu doente ou de você que também adoeceu junto com esse amor, para que você possa se fortalecer e seguir em frente.
E sabe de uma coisa, a esperança é uma das mais maravilhosas construções humanas. “Ainda bem que existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.” (Clarice Lispector). Feliz vida para você!