Sem dúvida, vivemos um período de muitos medos e incertezas com relação à vida de um modo geral. Apesar de todas as condições adversas geradas pela pandemia, nós somos sobreviventes e precisamos nos cuidar e cuidar dos nossos; assim, nos manter vivos e saudáveis tornou-se prioridade para quem deseja vencer a luta contra esse inimigo invisível e que já matou quase 490 mil pessoas em nosso País e 15 mil em nosso Estado. Quem tem filho sabe que nossa preocupação maior recai sobre eles, sobretudo sobre a saúde deles e com a forma como eles estão lidando com todas as mudanças que ocorreram nesse período. Eles precisam ser cobrados, validados e apoiados para que aprendam a criar possibilidades, mesmo diante de uma realidade tão turbulenta.
Nossa realidade mudou muito: aulas virtuais, uso de máscaras, distanciamento social, cuidados redobrados com limpeza e higiene, restrição de circulação…, tudo isso é muito novo e diferente pra eles. Mais do que nunca, precisamos estabelecer limites e cobrar deles o cumprimento do que foi estabelecido pelos cientistas como normas de segurança. Se você facilitar demais a vida da sua cria e sair por aí providenciando tudo o que ele deseja como forma de compensá-los pelas restrições e resolvendo seus problemas e dificuldades, apesar da sua melhor intenção, você está lhe retirando a oportunidade de aprender a resolver as demandas da sua vida e lhe impedindo de batalhar pelo que ele quer. Ajudar é diferente de fazer por eles!
Vejam bem, nossos filhos precisam passar por frustrações, conviver com dificuldades, sentir solidão e lidar com as incertezas da vida para adquirir senso de realidade e crescer; o nosso imenso amor por eles, não vai impedir que eles sofram, mas vai fazer toda a diferença eles nos saberem por perto, para lhes dar colo, carinho e aconchego na hora do choro, do medo, da desilusão, da raiva e da frustração. Podemos e devemos ser para eles um suporte emocional e esse exercício de nossas funções parentais devem ser baseadas no diálogo, na definição de limites, no estabelecimento de valores e regras e no respeito às diferenças, isso tudo é balizador de vida.
Alguém que se acostuma a ter tudo a tempo e a hora não aprende a lutar pelo que deseja. É na infância que esse aprendizado deve iniciar e, quando ele não acontece por conta de uma superproteção parental, as coisas se complicam muito e as consequências mais imediatas são a formação de adultos imaturos, irresponsáveis, incapazes, egoístas, medrosos, mimados, sem autocontrole, com baixa tolerância a frustração e muito pouca energia para realizar coisas.
A melhor maneira de investir no futuro dos nossos filhos é demonstrando nosso amor por eles, nos preocupando com a formação do caráter deles, nos comprometendo com a transmissão de valores éticos e morais, ensinando-os que muitas dificuldades da vida podem ser superadas com esforço e determinação e também os ensinando a amar e ter respeito pela vida, a deles e a dos outros.