“SOMOS TODOS MAJU!”

A jornalista Maria Júlia Coutinho – MAJU, que apresenta a previsão do tempo no Jornal Nacional (Rede Globo), semana passada, foi alvo de racismo em massa no Facebook onde foram postadas frases impregnadas de ódio contra a jornalista – “macaca”, “puta africana”, “vagabunda”, “preta imunda”. O ocorrido causou muita indignação e várias pessoas famosas e anônimas saíram em defesa de Maju que também se pronunciou a respeito: inicialmente respondeu mandando “beijinhos no ombro” e depois, utilizando um espaço disponibilizado pela emissora declarou “Eu já lido com a questão do preconceito desde que eu me entendo por gente… Eu cresci em uma família muito consciente, de pais militantes, que sempre me orientaram”.

O time dos famosos vítimas de preconceito é longa, fazem parte dela Preta Gil, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Thalma de Freitas, Glória Maria, Dudu Nobre, Adriana Bombom entre outros. No futebol também vários jogadores foram vítimas de Racismo como Aranha (lembram que o goleiro do Santos, num jogo contra o Grêmio foi extremamente ofendido pela torcida, inclusive foi filmado uma jovem que o chamava reiteradas vezes de “macaco”), Arouca, Tinga, Roberto Carlos e Daniel Alves também foram ofendidos por torcedores preconceituosos que além de reproduzirem chiados e gestos de macaco, também atiravam bananas no gramado.

RACISMO E PRECONCEITO

Essas pessoas, hoje famosas, desde a infância eram ofendidas e discriminadas por serem negras e, junto com elas, milhões de pessoas anônimas, a grande maioria pobre, são diariamente ofendidas, discriminadas, agredidas verbal e fisicamente, algumas até assassinadas por pessoas desajustadas, que não conseguem lidar com as diferenças. E como essas vítimas anônimas não dispõem de horário no Jornal Nacional para denunciar os crimes cometidos contra elas e nem contam com a ajuda dos famosos para serem a sua voz na denúncia do preconceito e do racismo, são obrigadas a conviver com a humilhação, a dor e o sofrimento.

Na verdade, os preconceituosos não respeitam crenças e nem individualidades. Suas atitudes raivosas e criminosas são a constatação da intolerância com os que pensam, agem ou são de algum modo, diferentes deles; seus atos refletem uma tentativa de autovalorização através da desqualificação dos outros. Eles, por crença ou conveniência, a partir de falsos juízos ou pré-conceitos, se julgam superiores e acreditam na inferioridade dos outros, simplesmente, porque fazem parte de outra classe social, ou de outra raça, ou de outra etnia, professam outra religião ou tem outra orientação sexual. E quando alguém é negro, pobre, homossexual e umbandistas tá fadado a ser quadruplamente hostilizado e agredido.

DIGA NÃO AO PRECONCEITO!

O Brasil é um país formado pela mistura de raças, nós somos fruto da miscigenação. Então, quando vamos aprender a aproveitar a existência e a riqueza dessas diferenças para crescermos e nos desenvolvermos enquanto povo e nação? Até quando vamos aceitar que o racismo e o preconceito façam parte da nossa história? Até quando vamos ficar omissos diante do racismo, que apesar de ser considerado crime pela Constituição Federal precisa que outras pessoas se prontifiquem a testemunhar a favor do denunciante para que as punições aconteçam?

Voltando a Maju, motivo atual de estarmos falando e discutindo sobre preconceito e racismo nas redes sociais e fora dela – ela é linda, inteligente (eu já havia assistido e lido algumas entrevistas dela antes desses ataques), boa profissional e, agora, mais famosa ainda. Apesar da maioria das pessoas (acredito eu) terem usado um perfil fake para ofendê-la, eu espero que pelo menos algumas dessas pessoas sejam identificadas e punidas por crime de racismo, assim como aconteceu com a moça que ofendeu o Aranha.

Somos todos MAJU foi à postagem das pessoas nas redes sociais. Corretíssimo! Espero que também sejamos todos Josés, Marias, Pedros, Raimundas, Beneditas e quem mais for vítima de preconceito. Racismo é crime! Denuncie!

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