A vida é um espaço em movimento, cheia de coisas boas, mas também de desafios, obstáculos, conquistas, identificações, memórias… e incompletudes. Existe um espaço afetivo onde a alegria e a tristeza se encontram e os olhos ficam distraídos e felizes aportando lembranças e suportando ausências. Isto é saudade. É a presença na ausência; é o desejo de ver, de ouvir, de sentir, de tocar; é lembrança nostálgica; é o desejo de trazer o passado para o presente; é preenchimento de solidão; é recordar com carinho coisas guardadas na alma; é ter certeza de que não se está só… É uma dor boa de sentir: preenche um vazio dentro de nós, modifica nosso olhar, nos faz sonhar e suspirar.
Sentimos saudades de tantas coisas: da nossa infância, da comidinha da mãe, da convivência com os irmãos, das conversas que varavam a madrugada com os amigos, do primeiro amor, do beijo roubado, das pessoas distantes, da época da faculdade, dos entes queridos que não podem mais voltar…Mas uma coisa é certa: só sentimos saudade de coisas boas, dos momentos vividos que ainda fazem festa em nosso coração.
DE LEMBRANÇAS TAMBÉM SE VIVE
Sentir saudade é saudável. É uma forma de lembrar uma história e refletir sobre quem somos. Saudade é diferente de falta e nós só sentimos falta do que não temos – a sensação é de vazio, deslembrança e dói na alma. Também é diferente de saudosismo que é uma forma de se idealizar o passado e de se achar que tudo era tão maravilhoso (e não era!). È impossível fazer voltar o tempo para mudar uma situação e não adianta ficar abusando da imaginação do que poderia ter acontecido se… A vida é repleta de contradições, mas não se deve deixá-la incompleta. Histórias são pra serem realizadas, paixões para serem vividas e saudades para serem “matadas” (“Era tanta saudade, é pra matar / Eu fiquei até doente… se eu não mato a saudade, é deixar estar. Saudade mata a gente, saudade mata a gente menina”).
Todo mundo tem um passado. Não adianta ficar disputando e brigando com o passado do seu parceiro, pois as relações terminam mas ficam as lembranças. Você tem o seu, cuide com amor e carinho de suas lembranças porque elas iluminam o passado, o presente e até o futuro. Até os cães demonstram sentir saudade de seus donos quando ficam longe deles. Tenha saudade do que você viveu e do que você ainda não viveu. Não deixe a sua vida incompleta!
UM AFETO QUE FAZ FALTA
Tudo o que nós vivemos ficou marcado em nossa alma, pois a vida também é feita de lembranças. Viver prazerosamente o presente é garantia de lembranças saudosas no futuro. É preciso deixar a alma livre e sentir o coração como de uma criança para se eternizar momentos. Para se falar de saudade é preciso se falar de amor. Você sente saudade do que? De quem? Com tantos recursos tecnológicos a nosso favor, não cabe mais ficarmos distantes das pessoas que a gente ama – não dá pra perder as pessoas importantes de nossa vida. Tome uma atitude! Procure os amigos, os parentes, as pessoas de quem você sente saudade e que te façam sentir que existir vale a pena. Tenha um “ataque de saudade” – remexa baús, releia cartas, reveja fotos, ouça música, visite lugares, mande e-mail, telefone, visite… busque contato com pessoas que enriquecem a sua vida. Não ter do que ou de quem sentir saudade é ruim, mas é muito pior não ter deixado saudade em ninguém. Celebre a vida! Marque um encontro com você, pois “a maior saudade – a que dói mais fundo – é a saudade que sentimos de nós mesmos”. Agora, estou indo me procurar! Estou indo me encontrar! Um beijo saudoso e até Domingo.