Quando alguém nos pergunta se somos preconceituosos, costumamos negar. Mas, na verdade, todos nós temos preconceito, por menor que seja. E ele aparece, muitas vezes, sem que a gente se dê conta, como no momento da brincadeira onde se contam piadas infames, em que os alvos são sempre os mesmos: os negros, os homossexuais, os pobres, os judeus, os portugueses, as mulheres, os portadores de necessidades especiais, os idosos…. Também aparecem no momento da raiva, quando são verbalizados conteúdos difamatórios e desqualificações pesadas sobre pessoas ou grupos sociais; isso sem falar nos crimes que são cometidos por pessoas “desajustadas”, tendo por pano de fundo a não aceitação da diferença.
O preconceito está vinculado à ignorância, à intolerância e ao medo. São barreiras construídas a partir de falsos juízos, de “pré-conceitos”, por parte de pessoas que se julgam superiores e acreditam na inferioridade dos outros, simplesmente, porque elas fazem parte de outra classe social, ou de outra raça, ou de outra etnia, professam outra religião ou tem outra orientação sexual…. Na verdade, os preconceituosos não respeitam crenças e nem individualidades, sua atitude raivosa (por vezes criminosa) e intolerante com os que pensam e agem diferentes deles é uma tentativa de auto-valorização com a desqualificação dos outros. De outra forma, parece que não conseguem se sentir tão especiais.
Semelhantes a você…
O preconceito também se faz presente nas escolas, entre crianças e adolescentes, através do bullyng que são todos os atos repetitivos, danosos e agressivos, feitos com a intenção de desqualificar, intimidar e machucar outra pessoa, que é vista como diferente, provavelmente por não apresentar o mesmo padrão de beleza (são gordinhos, têm cabelo crespo…), elegância (não usam roupa de grife…), conhecimento (são considerados nerdes) e não pertencer ao grupo dos populares da turma (não freqüentam as festas badaladas, não saem nas colunas sociais…).
As escolas precisam assumir uma postura mais firme de combate ao bullyng e todos nós, pais e educadores, devemos estar atentos e ensinar nossos filhos e alunos a respeitarem as diferenças; a valorizarem o exercício da convivência com respeito; a terem uma postura de compreensão, aceitação e solidariedade com as pessoas que não são iguais fisicamente e nem em condutas e que são semelhantes a elas e a denunciarem todos os atos discriminatórios e preconceituosos, que podem trazer danos gravíssimos para as vítimas e deixar marcas profundas na alma.
Diga não ao preconceito!
O preconceito não está só nos outros, está em nós também e a melhor forma de combatê-lo é respeitando e amando o nosso semelhante. Diga não ao preconceito comprometendo-se em promover uma nova cultura, onde se reconheça, valorize e respeite as diferenças e se afirme o direito de cidadania de todos os que se sentem excluídos. Reaja ao preconceito em suas mais diversas formas!
O Brasil é um pais formado pela mistura de raças e nós precisamos aprender a aproveitar a existência e a riqueza dessa diferença e construir a unidade na diversidade, respeitando o direito de cada um viver da forma que lhe for mais conveniente ou que lhe dê mais prazer. Afinal de contas, como disse Nelson Mandela “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor, pela sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
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