“… quero Belém como se quer um amor”

Quando o capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco aportou por aqui, no dia 12 de Janeiro de 1616, há 394 anos atrás, com certeza, não imaginava a importância que Belém teria no futuro por ser a porta de entrada da Amazônia brasileira . Nós fomos abençoados com tantas riquezas naturais (temos uma fauna e flora exuberantes e recursos naturais em profusão) e beleza, mas, infelizmente, ainda não aprendemos a preservar e cuidar disso tudo como deveríamos.

Belém transpira sensualidade e bem-querer, por isso desperta tantas paixões nas pessoas que por aqui passam e são mundiados por sua beleza: o poeta Manoel Bandeira a chamou de “Nortista gostosa”; Mário de Andrade escreveu “… quero Belém como se quer um amor”. Belém tem jeito, sabor e cheiro de amor e, pra continuar despertando paixões, essa “cidade morena” precisa ser cuidada por seu povo, como um namorado cuida da sua amada: com carinho, atenção e generosidade.

Por uma identidade cidadã

É fácil entender porque Belém desperta paixões. Nossa gastronomia é inigualável, com ingredientes mágicos que fazem acordar o corpo; as mangueiras emolduram as ruas e formam um túnel romântico; a chuva boa e criadeira, que cai o ano inteiro, lava a nossa alma e prepara a terra para o crescimento de frutas exóticas e flores tropicais; as bandeiras vermelhas enfeitam a cidade demarcando os pontos de venda de açaí; o sol aquece o nosso coração e o calor atrai as pessoas para o amor; a Baia do Guajará nos banha e nos encanta com os botos e iaras; Nossa Senhora de Nazaré (nossa Nazica) nos protege e nos abriga com seu divino manto.

Em Belém se misturam aromas, cores, sons, sabores e amores num alegre porto de afetividade. Nós somos um povo alegre, festeiro, que compartilha risos e afetos, que acolhe as pessoas na sua casa, não economizando alma, carinho e afeto. Belém é a nossa casa, vamos cuidar melhor dela. Precisamos nos comprometer com a construção de uma identidade cidadã, de valorização de nossa cultura (podemos aprender com os cariocas e os baianos, eles são fantásticos nisso) e de preservação da nossa cidade.

Quem ama, cuida!

Vamos cuidar de Belém como se cuida de um amor. Incomode-se com a sujeira nas ruas! Incomode-se com as pichações! Incomode-se com a falta de cuidado com o patrimônio público! Incomode-se com o cheiro de xixi na rua! Vamos resgatar a nossa auto-estima cuidando, preservando e valorizando o que é nosso. Vamos mudar hábitos a partir da casa da gente. Demonstre o seu amor por Belém cuidando e protegendo nossa cidade.

A sujeira da cidade talvez seja o nosso problema mais visível, por isso o comentário dos turistas é sempre o mesmo: “a cidade é linda, mas muito suja“. Vamos nos empenhar em mudar esta “suja” e triste realidade. Manter Belém limpa deve ser um compromisso de todos nós; faça sua parte cuidando da sua calçada e da sua rua e não fique apenas delegando aos nossos governantes a tarefa de fazê-lo. Assim, toda vez que você vir alguém jogando lixo na rua, chegue perto e oriente, explique que manter a cidade limpa é uma necessidade de quem deseja ter saúde. Vamos dar um presente de aniversário à Belém sendo mais comprometidos em mantê-la limpa, preservando os prédios e monumentos, cuidando de nossas mangueiras (que fazem parte de nossa identidade cultural), plantando mais árvores e, se possível, também florindo a cidade (Bernardino, tua campanha é maravilhosa).  Vamos tornar Belém uma cidade mais bonita e melhor!

 

 

 

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