QUANDO O EU SE TRASFORMA EM NÓS!

Em apenas cinco meses, o novo Corona Vírus já infectou mais de 3 milhões de pessoas em todo mundo, provocando mais de 212 mil óbitos; O Brasil já registrou 67.446 casos confirmados, com 4.603 mortes – foram 338 óbitos em um único dia; no Pará já ocorreram 132 óbitos e 2070 casos confirmados – vale ressaltar que esses dados são subnotificados, na realidade, esses números são ainda maiores (dados de 27 de abril). O que falta acontecer para que o nosso povo entenda que a alternativa para continuarmos vivos é não sairmos de casa (os que podem fazer isso) e seguirmos as orientações dos cientistas.

O que antes eram apenas números, hoje são rostos conhecidos. Olhando as minhas redes sociais, percebo com muita tristeza, uma infinidade de amigos comunicando o falecimento de algum parente ou amigo por Covid-19 e essas notícias vêm acompanhadas por uma tristeza infinita por não terem podido se despedir de seus familiares em vida, muito menos de velar seus corpos. Até as missas de sétimo dia e demais rituais religiosos são realizados on-line. Fique em casa por amor a você e a quem você ama!

E quando isso tudo passar, como será o mundo pós-corona vírus? Que lições teremos aprendido?  Cuidaremos melhor da nossa saúde e do meio ambiente? Como lidaremos com as nossas relações de afeto, com o consumo e a espiritualidade? Vamos continuar procurando por Deus? Vamos valorizar mais a imprensa, os profissionais da área da saúde e os serviços gerais? Vamos cobrar mais investimento do governo na ciência? Vamos continuar exercitando a solidariedade?  Vamos dar menos valor ao dinheiro? Vamos ser mais carinhosos conosco e com os outros? Vamos nos preocupar mais com a higiene? Vamos nos preocupar mais com a nossa saúde mental? …

Pois é, são tantos questionamentos que eu tenho e que você deve tê-los também! São as perguntas que fazem a roda do mundo girar, porém as respostas a essas e a outras perguntas dependerão da nossa compreensão de tudo o que aconteceu e, acima de tudo, da nossa compreensão acerca de uma realidade plural, fruto de uma criação coletiva e do exercício constante da solidariedade. Precisamos fugir da individualização instalada na sociedade e, efetivamente, trocarmos o eu pelo nós. Precisamos também entender que “Amar é cansar-se de estar só” (Fernando Pessoa).

Como está sendo o nosso protagonismo nesse momento em que estamos isolados fisicamente, nos portamos como expectadores da vida ou nos posicionamos tendo atitudes que vão garantir a preservação da vida de todos nós? Como eu desejo permanecer viva, estou fazendo a minha parte e continuo cobrando das pessoas que parecem que vieram ao mundo a passeio e continuam batendo pernas nas ruas sem a mínima necessidade e sem usar máscara (pasmem, algumas até estão de máscaras, mas com elas penduradas no pescoço).

            Fiquem em casa, tenham fé, esperança e paciência que tudo vai passar! Eu tenho tanto abraço para dar, mas vou esperar isso tudo passar para celebrar a vida nas ruas, por hora, minha celebração ocorre na minha casa. Fiquem bem!

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