O que seria do Natal sem a crença no Papai Noel? Para as crianças, ele é um bom velhinho de barbas brancas, risonho e que percorre o mundo em seu trenó puxado por henas, distribuindo presentes a quem se comportou, muito direitinho, durante o ano. Ah! Ele mora muito longe, no Pólo Norte. Papai Noel nunca deixou de encantar o universo infantil e as crianças, sempre, demonstram muita expectativa e ansiedade diante de uma figura tão misteriosa… Afinal, como ele chegou aqui em casa sem ser visto? Por onde ele entrou? Onde ele estacionou o trenó? Como ele consegue carregar tantos presentes? E as cartas, ele lê todas?… A expectativa e alegria das crianças não estão só em esperar pelo presente, mas na fantasia que a figura do bom e amado velhinho traz.
Já o questionamento dos pais é de outra ordem: será que eu não estou mentindo para o meu filho, fazendo-o acreditar na existência do Papai Noel? O que eu vou dizer a ele quando me perguntar se Papai Noel existe? Bom, antes de você responder a esses questionamentos, pense que recordações você tem dos Natais da sua infância? Se você conserva boas recordações, imagine as crianças, que vivem em um mundo mágico, e o quanto a fantasia alimenta a alma e faz parte da magia de viver. Então responda: Papai Noel existe sim! Mas só aparece na casa das crianças que acreditam na existência dele. Você acredita filha (o)?
A IMPORTÂNCIA DOS MITOS
Papai Noel é uma figura mítica e que tem um forte simbolismo: a de um paizão protetor (segurança), que recompensa as crianças pelo bom comportamento (justo); que chega voando (cultura cristã do celestial); vive sorrindo (felicidade) e escreve uma mensagem de otimismo e camaradagem. Acreditar em Papai Noel ajuda a desenvolver valores como caridade, preocupação com os outros, auxilia no convívio social mais saudável e na criatividade para resolver os conflitos do seu dia-a-dia.
Entre os 7 e 9 anos, a criança desenvolve o pensamento racional e concreto e vai deixando as fantasias de lado, estando pronta para perceber que o Papai Noel é um mito, sem que seja necessário que alguém a convença de nada. Portanto, espere que a curiosidade do seu filho se manifeste e só explique o que lhe for perguntado, respeitando o imaginário infantil e seus limites. Assim, naturalmente, a criança não se sente enganada e sim valorizada ao dividir um segredo do mundo adulto (Papai Noel é uma fantasia) e que, as outras crianças menores, ainda acreditam.
ENTÃO É NATAL
Que Natal escolheremos ter: o que celebra o perdão, amor ao próximo e a generosidade solidária ou o do consumismo exacerbado e que prioriza o ter e o ganhar como promessa de felicidade? Essa é uma escolha nossa! Os brinquedos que nossos filhos ganharão têm que corresponder às nossas possibilidades financeiras e não à nossa capacidade de endividamento. Fica difícil para criança entender porque pediu um videogame moderníssimo e ganhou outro presente, sem se frustrar e achar que não foi boa o suficiente para merecer ser atendida em seu desejo. E então, o que fazer? Os pais devem ajudar os filhos a elaborar uma lista de presentes para o Papai Noel dentro de suas possibilidades financeiras, explicando que o bom velhinho, como todo pai, também tem suas limitações financeiras.
É importante para as crianças participarem do Natal ajudando a montar a árvore; participando da coleta e distribuição de brinquedos e alimentos; escrevendo a cartinha ao Papai Noel… Que o “espírito do Natal” permaneça ao longo do ano, pontuando nossa vida de gestos de solidariedade e amor ao próximo. E que Papai Noel se lembre de nós.