Os homens não são todos iguais… não é só trocar seis por meia dúzia!

Já perdi a conta da quantidade de vezes que eu ouvi, no consultório ou fora dele, a afirmação de que “os homens são todos iguais. Só trocam de endereço. É o mesmo que trocar seis por meia dúzia”… (alguns homens também acham isso das mulheres). É como se as pessoas fossem produzidas em série… e em larga escala. Acreditar nisso é um grande equívoco. Cada pessoa é um ser humano único e diferenciado. Ninguém é igual a ninguém… até irmãos gêmeos têm diferenças e, às vezes, marcantes.

Normalmente, esse é o discurso de quem não consegue reconhecer que fez uma escolha equivocada em sua vida amorosa, ou está convencido de que o relacionamento não dá mais certo, mas, ainda assim, não se sente em condições de romper com ele, dizer não a infelicidade e tentar ser feliz de novo. É um erro generalizar uma dificuldade específica, como se fosse um atributo de gênero. Quem pensa assim, não acredita na possibilidade de estabelecer uma relação satisfatória e prazerosa como alguém e muito menos que o problema está em sua escolha e na crença equivocada de que é capaz de mudar o parceiro, “transformar o seu rascunho em arte final”.

Padrão de repetição nas escolhas

A escolha do parceiro tem uma trajetória inconsciente que vai sendo elaborada desde as primeiras relações afetivas na família. Além de serem objeto de amor, os pais também são modelos de identificação muito importantes. Se a identificação com eles for positiva tendemos a escolher parceiros semelhantes a eles, repetindo a mesma história familiar; se, ao contrário, rejeitamos a imagem deixada por nossos pais, buscamos parceiros totalmente diferentes deles. Aparentemente as escolhas afetivas envolvem duas pessoas, mas, na verdade, é muito mais do que isso.

Existe uma tendência das pessoas repetirem seus padrões de relacionamento e, por consequência, suas escolhas amorosas, sejam elas acertadas ou não. Por isso, muitas vezes nos apaixonamos por pessoas com características de personalidade e funcionamento muito semelhantes, pois o tempo todo estamos reelaborando pedaços da nossa história dessa forma. Não são as pessoas que são todas iguais e sim você é que está repetindo os mesmos padrões na escolha dos seus parceiros amorosos.

No amor, revelamos o que julgamos merecer

O encontro amoroso não acontece por acaso… muito menos a escolha do parceiro. Se você percebe que, ao longo de sua vida, você vem repetindo um padrão nas suas escolhas amorosas, é hora de parar e pensar o que  lhe leva a se relacionar com pessoas que tenham determinadas características comuns e tentar resolver as suas questões internas. Se necessário, busque ajuda terapêutica. Insistir em escolhas equivocadas compromete o seu projeto de vida e a sua felicidade. Uma sobrevida a dois é sempre uma negação à felicidade.

Em nossas relações afetivas, revelamos o que julgamos merecer. Fique atento às suas escolhas e, se elas foram equivocadas, não se esconda através do velho discurso de que “mudar de marido é só mudar de problema…”. O encontro de duas pessoas é como a junção de duas substâncias químicas, ambas se modificam e produzem um novo padrão reagente. Escolha se relacionar com pessoas que lhe proporcionem produzir alegria, paz, prazer e felicidade. Aprenda a rever seus valores e a modificar comportamentos. Acredite na possibilidade de poder encontrar alguém que seja realmente seu companheiro de vida. Acredite que os homens não são todos iguais e saiba também que, com cada pessoa, podemos estabelecer um padrão de relacionamento diferente.

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