OS DESAFIOS DO SEGUNDO CASAMENTO

 

Casar, ter um parceiro com quem dividir sonhos e planos, amar e ser amado, continua sendo o desejo afetivo da maioria das pessoas. Eternizar o amor também faz parte dos sonhos de um casal, mas muitas vezes não é isso que  ocorre,infeliizmente, quando o amor  acaba, dificilmente acontece ao mesmo tempo para os dois: um diz o não e o outro ouve; um continua amando e o outro declara que o amor acabou; um quer terminar o relacionamento e o outro quer tentar mais uma vez, um quer ser livre e o outro vive a rejeição… A verdade é que dói muito saber que você não é mais amado, principalmente quando você ainda sente amor pelo seu parceiro. Dói na alma!

Apesar de não ser nada fácil  viver o término de um relacionamento, muito menos ter que lidar com a rejeição e o abandono, mas, mesmo que você não acredite na hora em que está sofrendo, é preferível lidar com a honestidade de seu parceiro que teve a coragem e a lealdade de confessar que não está feliz, que o amor acabou e que não deseja mais permanecer nesse relacionamento, do que ter ao seu lado alguém que lhe trai constantemente, que divide com você a solidão e que fica ao seu lado por comodismo, pena ou covardia. Insistir num relacionamento que caiu doente pra sempre, em que não há mais afeto, carinho e desejo entre o casal é sinal de imaturidade e medo de ficar só para enfrentar a vida. Quando a separação acontece, o melhor é viver essa dor, que um dia vai passar e depois seguir em frente, buscar novos caminhos e refazer a vida.

AMAR NOVAMENTE

Mais lá na frente, depois que a dor passa, as pessoas descobrem que são capazes de amar novamente e reaparece o desejo de partilhar a vida com alguém, por isso o número de recasamentos (pessoa que casa duas, três… vezes) continua aumentando (dobrou nos últimos 10 anos). E, ao viver um segundo casamento, é mais provável que as pessoas fiquem mais atentas aos erros cometidos no passado, mais conscientes das dificuldades em lidar com as circunstâncias desfavoráveis do cotidiano e mais mobilizadas para tentar atender os desejos e necessidades do parceiro, para que não se percam um do outro.

O sonho de ser feliz no casamento continua, o que muda numa segunda relação é a crença do “até que a morte os separe”, que foi substituída pelo “que seja infinito enquanto dure”. Mas, essa permanência de afeto, carinho, tesão e cumplicidade precisa ser construída no dia-a-dia e se fazer presente também nos pequenos gestos – são os detalhes que fazem a diferença.

ME ACEITE DO JEITO QUE EU SOU

Não existe perfeição no amor e nem nas pessoas. O amor realista é o que aceita o outro do jeito que ele é; se alguém não consegue atender as suas expectativas no que você considera fundamental para merecer ser amado por você, desista,. Não é esperando que ele mude, ou melhor, que você o mude para que ele possa ficar do jeito que você deseja, que vocês vão conseguir viver uma relação satisfatória para ambos. É claro que as pessoas se modificam com a convivência mas mudanças só acontecem quando o outro acha necessário e se disponibiliza para que isso aconteça.

Cada relacionamento é único e diferenciado, com cada parceiro a gente vive uma história particular, pessoal e intransferível, assim cada casal tem a sua história, as suas lembranças e os seus detalhes, não dá para comparar. Amores se somam na vida e não importa a idade, o sexo, a condição financeira (desde que a pessoa trabalhe e seja produtiva) ou a classe social; o que importa é que as pessoas estejam sensíveis e dispostas a respeitar as diferenças, a cultivar as afinidades e permitir que o amor aconteça num contexto de tesão, paz, tolerância, bom humor e alegria.

1 comentário

  1. Sou pós graduado em psicologia pastoral, acompanho estas dificuldades do cotidiano de nossa geração, é desafiador.

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