Muita gente pensa que Frida Kahlo (famosa pintora mexicana) foi a autora da frase – “Onde não puderes amar não te demores”- mas, na verdade, acredita-se que foi Eleonora Duse (famosa atriz italiana do sec.XIX) a autora da mesma. O certo é que, independente da autoria, essa frase atravessa séculos e permanece como um registro de uma verdade insofismável e que deveria ser um lema de vida para todos nós. O amor, especialmente, o por nós mesmos, deve ser sempre um elemento norteador em nossa caminhada pela vida, porém, infelizmente, nem sempre é isso que acontece!
As mulheres continuam sendo cada vez mais vítimas de relacionamentos abusivos e violência doméstica e, muitas vezes, não conseguem sequer perceber que estão vivendo um relacionamento tóxico que as oprimem, incapacitam e transformam a sua vivência amorosa em dor e sofrimento. E, cada vez mais cedo, isso vem acontecendo: de acordo com a pesquisa “Visível e Invisível 2019”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 42% das mulheres entre 16 e 24 anos sofreram violência em 2018, no Brasil.
É preciso que se entenda que relacionamento abusivo é toda relação em que a pessoa é desrespeitada, desvalorizada, ofendida, desqualificada, assediada, agredida emocionalmente e muitas vezes até fisicamente. Nesse tipo de relação, um dos parceiros deixa de ter vida própria e passa a viver em função dos desejos do outro, o qual assume o comando da vida do seu par e determina o que ele pode ou não fazer, para onde ir, com quem falar e até mesmo a forma como deve se portar. E tudo isso acontece em nome de um discurso amoroso.
Preserve-se e preste muita atenção aos seguintes indicadores, porque eles são característicos de um relacionamento abusivo: o parceiro te monitora o tempo inteiro e quer saber onde você está, com quem, checa suas mensagens no celular, controla suas postagens nas redes sociais e sabe todas as suas senhas; se por um acaso você sair sem ele, você precisa ficar ao celular prestando contas de tudo o que está acontecendo no local; ele desqualifica a sua fala e tenta te constranger na frente de outras pessoas, sejam elas conhecidas ou não; é ele quem determina o que você pode ou não fazer. Ele rouba a sua vida!
E a coisa não para por aí! As vontades dele são as mais justas e os desejos dele sempre prevalecem; os erros são sempre seus, por isso ele te culpa por toda e qualquer coisa que não satisfaça às expectativas dele e, como você vive no meio de um furacão de emoções, você acaba pedindo desculpas por erros que você não cometeu, mas com a autoestima em frangalhos, você não tem forças para reagir e nem sabe mais o que significa respeito próprio e dignidade.
Amor não produz sofrimento constante, desamor sim. Amor é acima de tudo proteção, cuidado, colo, carinho e aconchego. Tenha coragem e se pergunte se você se sente amada e se tem motivos para amar o seu parceiro. Na dúvida, converse com seus amigos e familiares e escute o que eles têm para te dizer. No mais, não se demore onde você não se sentir amada e não tiver motivos para amar. A vida segue…