São tantas as mudanças que acontecem no mundo, e num ritmo tão acelerado, que ficamos inseguros em lidar com diversos aspectos da nossa vida. E convenhamos, muitas pessoas têm dificuldade em aceitar e lidar com o novo, por isso, elas travam, negam ou procrastinam coisas que precisam fazer em função do medo de lidar com novas circunstâncias e realidades. O novo representa o desconhecido e, como não se sabe e não se conhece o que ainda não foi vivido, se manter nos velhos padrões de comportamento sempre deixa as pessoas mais seguras, mas será que vale a pena? Eu acredito que não!
De um modo geral, as pessoas anseiam por liberdade, mas querem ter segurança para se movimentar na vida, só que essas duas coisas são inconciliáveis. Os ganhos na vida da gente são sempre proporcionais aos riscos que a gente corre, então quem repete as mesmas escolhas, faz tudo do mesmo jeito pode até se sentir seguro, mas fica parado no tempo e não experimenta outras sensações e sentimentos. A surpresa da vida está na novidade, no olhar a vida com outros olhos – as crianças fazem isso de uma forma admirável, por isso criam e vivem momentos mágicos.
E para olhar a vida de uma forma diferente, você não precisa viajar, mudar de cidade ou de emprego, basta você estar receptiva ao inesperado e se dispor a rever seus processos internos. Mudar aspectos externos pode significar apenas mudar de cenário, embora viver novas experiências possa ser gatilhos para mudanças, porém sem haver desejo e compromisso, sem haver uma inquietação que seja fruto de uma curiosidade consentida e não movida pela impulsividade, você corre o risco de apenas colecionar arrependimentos.
O certo é que, vivemos um momento político e social de tanta insegurança (os perigos antes existentes nas esquinas, agora invadem as nossas casas) que naturalmente nos retraímos e voltamos a nos agarrar aos antigos padrões de conduta. Acontece que, quanto mais seguros estamos, e isso é determinado pelos controles que estabelecemos, menos livres nós somos. Ter cautela é essencial, mas em excesso ela nos engessa, nos aprisiona e nos mantém no mesmo lugar. Só quem corre riscos é livre e como a vida não dá certezas para ninguém, só avança e conquista novos espaços quem ousa.
Tem uma citação maravilhosa do Alexander Lowen sobre liberdade que diz:” Rir é arriscar parecer tolo… Chorar é arriscar parecer sentimental…Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento…Expor sentimentos é arriscar rejeição…Expor os sonhos perante a multidão, é arriscar parecer ridículo…Amar é arriscar não ser amado de volta…Seguir adiante face as probabilidades irresistíveis, é arriscar ao fracasso…E apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. E ser livre é acima de tudo ser você mesmo, é não viver de acordo com as expectativas dos outros e não colocar a responsabilidade pela sua felicidade nas mãos de outra pessoa.
Com o passar dos anos o desejo de viver e conhecer o novo costuma diminuir, por isso os velhos são mais resistentes às mudanças e preferem o conforto e a tranquilidade de uma vida conhecida e organizada. Agora, se você é jovem e vive de uma forma burocrática e age movida por convicções antigas que se cristalizaram em verdades, isso é muito ruim, porque mesmo que alguma dessas crenças a faça sofrer você terá dificuldades em se libertar delas e vai repetir sempre os mesmos padrões de comportamento. Aprender a se perguntar POR QUE NÃO? pode livrar as pessoas de uma vida de tédio e mesmice. Experimente!