O MEDO DA TRAIÇÃO

O velho fantasma da traição continua apavorando a vida de homens e mulheres, pontuando os relacionamentos com desconfiança e temor. De um modo geral as pessoas morrem de medo de serem traídas e, por conta disso, passam a monitorar e a controlar a vida do parceiro, impondo mil restrições e proibições – “você não pode sair só com os seus amigos”, “eu não aceito que você fale com a sua ex”, “assim que você chegar a casa me ligue”, ”eu não admito que você tenha intimidade com suas colegas de trabalho “… achando com isso que vigiar o parceiro é a melhor e talvez única maneira de impedir que seja traída. Ledo engano!

Quem precisa vigiar, monitorar e controlar a vida do parceiro se comporta dessa forma porque não confia nele e, se não confia, como pode estabelecer com ele uma relação de amor? Como pode acreditar que está cuidando e fazendo o melhor por esse relacionamento? Sem confiança, respeito, admiração e cumplicidade é impossível haver amor. Se você acha que a pessoa que está se relacionando com você já lhe deu vários motivos para não confiar nela e você não percebe seu arrependimento, desejo e esforço de funcionar de um modo diferente, o que você ainda está fazendo ao lado dela?

A TRAIÇÃO É SEMPRE UMA ESCOLHA

Toda vez que alguém trai, ela sabe muito bem o que está fazendo. Os motivos  que levam uma pessoa a trair até podem ser inconscientes e as consequências nem ser corretamente avaliadas no momento (quem está fazendo algo de errado se engana achando que ninguém vai descobrir), mas as pessoas traem conscientemente. Traem porque resolveram não reprimir o desejo, traem porque tiveram oportunidade, traem porque estavam muito frágeis e não resistiram à cantada de alguém muito sedutor, traem porque acham isso natural, traem porque adoram se sentir desejadas… os motivos podem ser os mais variados possíveis, mas o ato de trair é sempre fruto de uma escolha.

Há pessoas que traem seus parceiros constantemente, não se importando com o fato de poder estar ferindo e magoando alguém, talvez até sua parceira de muitos anos – essas pessoas não amam  ninguém, adoram o prazer da conquista e de se sentirem desejadas.  Há, ainda, as pessoas que por carência, desamor ou algum outro motivo ocasional se envolveram em algum episódio de traição, que muitas vezes se arrependem, se sentem culpadas com a situação provocada por elas e tentam dar um novo rumo ao seu relacionamento, reassumindo a postura de lealdade e fidelidade com o seu parceiro.

O AMOR SÓ CRESCE NA LIBERDADE

Quando na família de origem as pessoas conviveram com situações de infidelidade no casamento dos pais, tendem a levar para os seus relacionamentos o medo de também virem a ser traídas e, sendo assim, sofrem com essa possibilidade, perseguem a vida dos parceiros e podem transformar a sua vida amorosa num verdadeiro inferno. A verdade é que há alguns anos essa era uma paranóia apenas das mulheres, pois quase só os homens traiam e hoje, sem mérito nenhum, esse é também um fantasma que assombra os homens.

O encontro amoroso é cheio de coisas boas, mas também faz parte da vida afetiva de qualquer pessoa conviver com os aborrecimentos, os desgastes naturais que a intimidade produz, as circunstâncias desfavoráveis do cotidiano, os estresses, os dissabores, as brigas e as dificuldades da vida, mas se você tem em seu parceiro uma escuta amorosa, um colo acolhedor, uma mão estendida para caminharem e crescerem juntos, uma cama gostosa, viva essa felicidade sem medo. O amor, a lealdade, a fidelidade, a cumplicidade e o respeito são valores que continuam fazendo parte dos contratos de relacionamento. Se em algum momento as coisas entre vocês mudarem, discutam o assunto com lealdade para que no mínimo o respeito e a amizade sejam preservados.

 

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