O “Baleia Azul” é um jogo criado na internet o qual através do convencimento e da intimidação, alicia jovens a testarem seus limites através do cumprimento de tarefas, que os desafiam, pois colocam sua vida em risco. As tarefas (em número de 50) vão ficando gradativamente mais perigosas: começam com assistir a um filme de terror, ficar trancados no escuro, não se alimentar por dias, asfixiar-se, subir em telhados, sentar-se ou ficar em pé em sacadas de andares altos de prédio, mutilar-se e por fim, a última tarefa (50) é a de cometer o suicídio.
Não é sem motivo que pais de adolescentes e a polícia de diversos países estão em estado de alerta, tentando descobrir quem são os curadores desse jogo da morte. Provavelmente, o “Baleia Azul” surgiu na Rússia e, com a velocidade permitida pela Internet, ganhou o mundo. Os alvos são, principalmente, jovens e adolescentes que recebem mensagens dos curadores através das redes sociais; eles são controlados pelos curadores que cobram o fiel cumprimento das tarefas, as quais precisam ser comprovadas para que eles possam cumprir a tarefa seguinte. As ordens são claras, não pode haver desistência, e quem ousar tentar parar vai receber ameaças de ataques às suas famílias.
Os jovens são o principal grupo de risco por viverem uma fase de experimentação, em que se empenham em testar seus limites e têm necessidade de pertencimento a um grupo social, porém, esse tipo de jogo vai despertar interesse, principalmente, nos adolescentes que sofreram maus tratos na infância, foram vítimas de Bullying e violência, além dos jovens que apresentam histórico de automutilação e tentativa de suicídio ou apresentam alguma doença psiquiátrica como a depressão, transtorno de estresse pós-traumático ou abuso de substâncias.
Precisamos estar atentos a alguns sinais apresentados pelos jovens, que podem ser sugestivos de possibilidade de suicídio como: mudanças bruscas de padrões de comportamento, isolamento social, tristeza persistente, afastamento das atividades que anteriormente eram consideradas prazerosas, alteração no sono e no apetite, aparecimento de lesões sem que haja uma explicação plausível (sugerindo automutilação), mutismo, queda no rendimento escolar, mensagens de desesperança ou com conteúdo de despedida e de morte nas mídias sociais. Contudo, esse conteúdo criminoso de jogos como o “Baleia Azul” trouxe à luz um grave problema de saúde pública, o suicídio de adolescentes, que é, há anos, a segunda causa de morte de jovens de 15 aos 29 anos de idade.
Então, mesmo que você considere que seu filho é bem estruturado e não vai ceder a este tipo de apelo, fique atento e, mais do que isso, converse com ele sobre o assunto. Pergunte a opinião dele sobre esse tipo de prática; procure saber o que ele pensa sobre os motivos que levam um jovem a entrar nesse tipo de jogo; informe-se sobre o que os amigos dele pensam da vida e incentive-o a propor que a escola dele faça uma roda de conversas sobre o “Baleia Azul” e o suicídio de adolescentes (você como pai também pode propor isso).
Pois é, devemos, sempre, estabelecer com nossos filhos um diálogo franco e sincero, em que possamos falar de amores, dores, dúvidas, sofrimentos, razões; em que possamos OUVI-LOS, saber o que eles pensam a respeito da vida e do que acontece no mundo; e que tenhamos a serenidade para falarmos da nossa experiência, sem acharmos que somos os donos da verdade. Precisamos ser para eles referência de amor, de justiça e de verdade. É isso!