O infinito particular

Tem gente que acredita que por ter um relacionamento estável com alguém, não importa se namoro ou casamento, precisa fazer tudo junto com o parceiro e se ofende e fica insegura se o outro não pode ou não deseja acompanhá-la em um determinado lugar. Este sentimento de insegurança geralmente ocorre com as pessoas que deixaram de ter vida própria e passam a tentar fazer o mesmo com a vida do parceiro, que, provavelmente, não vai concordar com isso, provocando sérios conflitos para relação. Uma relação a dois é composta por duas pessoas diferentes, com desejos e necessidades também diferentes. É claro que um casal costuma fazer muitas coisas juntos, mas não necessariamente tudo e por isso é importante que conversem e negociem o que vão fazer juntos e o que vai compor o “infinito particular” de cada um, garantindo assim o respeito às individualidades.

Imagine, então, como ficaria alguém que desaprendeu a ter vida própria se o seu parceiro, em algum momento, precisasse de um tempinho pra ficar só? – não estou falando em dar um tempo na relação e sim de algo tipo, “hoje, eu  quero ficar sozinho, quero ficar em silêncio, me recolher, pensar na vida olhar pra dentro de mim”. Por certo, se o outro não sentir essa mesma necessidade, vai se sentir rejeitado e achar que ele está deixando de lhe amar e, quem sabe, até já está interessado em outra pessoa, especialmente se já se sentiu preterido em relações anteriores.

Vazio na relação

Agora, se o seu amado vive inventando mil desculpas para não sair com você, prefere sair sozinho ou tem preferido ficar só, isso não é mais necessidade individual e sim um sinal claro e inequívoco de que o relacionamento vai mal  e o amor caiu doente. Quando se perde o desejo de ficar junto, o sexo torna-se burocrático (sem emoção) ou nem existe e o vazio se instala na vida a dois, é hora de se avaliar o que ainda mantém os dois juntos e se ainda há interesse em tentar reverter essa situação de tédio e desânimo que se instalou na relação.  Relacionamento infeliz faz mal até a saúde.

É certo que, às vezes, diante das dificuldades em lidar com as circunstâncias no dia-a-dia, as pessoas se sentem desmotivadas, desanimadas e isso inclui também a vida amorosa. Mas, se o relacionamento é pautado no respeito e na cumplicidade, fica muito mais fácil conversar, entender o momento de dificuldade do outro, exercitar a tolerância e oferecer colo, carinho e aconchego. Enfrentar os momentos de dificuldades juntos costuma reforçar os laços de afeto e solidariedade entre o casal.

Respeite o jeito de ser do outro

Cada pessoa tem o seu jeito de ser e vive de acordo com seus desejos e necessidades: tem gente que é caseira, tem gente que adora sair; tem gente que adora falar muito, tem gente que prefere observar; tem gente que precisa de um tempo para ficar só, tem gente que tem medo de ficar só; tem gente que quer sair só com os amigos, tem gente que não sente falta disso; tem gente que é briguenta, tem gente que é da paz… E são todas essas diferenças  que nos tornam únicos e especiais. Respeite o jeito de ser da pessoa que está ao seu lado (e de todo mundo); não queira tentar transformar a vida de ninguém para ajustá-la aos seus desejos.

Cada um de nós é responsável pelas escolhas que fazemos na vida. Escolha investir na sua relação: mantenha o diálogo sempre presente; divida responsabilidades; respeite as diferenças; viva os sentimentos; conserve o prazer do toque e do carinho; respeite o seu parceiro e valorize o estar juntos. Seja livre para viver e amar. O amor só cresce na liberdade!

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