O FUTURO É O PASSADO DESEJADO! 

 

Embora a gente costume medir a vida através da idade, viver é muito mais do que a contagem do tempo, pois a vida, este espaço em movimento, acontece de acordo com o que sentimos, pensamos e funcionamos. Nosso tempo na vida deve ser marcado pela batida do coração; pela intensidade da respiração; pela sensação na pele e por todas as histórias vividas.

Jorge Luís Borges (poeta argentino), sabiamente, nos diz que “o tempo é a substância de que sou feito”; Mário Quintana (poeta gaúcho) define o tempo como “a insônia da eternidade” e, também, poeticamente nos fala que: “o tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. Na verdade, o tempo é contado pela intensidade com que vivemos: passa muito devagar nos maus momentos e muito depressa quando é algo que queremos e nos dá prazer. Quando se quer, se cria tempo e oportunidade. Quando o desejo é grande se busca a concretude ou, pelo menos, se tenta andar onde há espaço, valorizando pessoas e momentos.

As crianças acham que o tempo passa muito devagar – o desejo delas é o de rapidamente crescer para poder fazer coisas que não lhes são permitidas (ficar acordadas até tarde jogando videogame; dormir na casa dos coleguinhas; decidir o que fazer e quando…), além de reclamarem sempre de que “não tem nada pra fazer, aqui está muito chato”. A partir da adolescência, o tempo se acelera e a voracidade é grande, o desejo deles é o de ter e fazer tudo e, se possível, ao mesmo tempo; na vida adulta, quase sempre, vivemos reclamando da falta de tempo e viramos escravos do relógio.

Mas, o dia continua tendo 24 horas em qualquer fase da vida. O tempo não muda e nem para! São as vivências que mudam de acordo com a idade; são as nossas ações que fazem o tempo voar, caminhar ou se arrastar. O tempo nos parece acontecer diferente, de acordo com o grau de prazer ou envolvimento com o que estivermos fazendo: parece uma eternidade quando estamos num engarrafamento no trânsito; nas filas dos supermercados no final do mês; na sala de espera dos consultórios ou hospitais quando estamos cheios de dor; mas, quando estamos apaixonados, o tempo em que estamos com o nosso amado parece que voa!

Sempre que possível, é muito bom poder esquecer o tempo marcado pelo relógio e nos deixar guiar pelas batidas do nosso coração e pelas sensações no nosso corpo.  É preciso que a gente se lembre de que nós somos os responsáveis por produzir o nosso prazer e felicidade; que a vida acontece nos movimentos e nos detalhes e que todos os momentos vividos nos dão a oportunidade para o autoconhecimento e para aprendizagem.

E, na transição do passado para o futuro, o tempo é muito mais do que um ponto de vista: é um “compositor dos destinos”. Aprenda a se movimentar no tempo buscando os benefícios da alegria, da paz e do amor. Então, sabe aquela relação que lhe faz sofrer? Sabe aquele amor que você insiste em não perceber que acabou? Sabe aquela pessoa que está na sua vida e não consegue corresponder às suas necessidades e expectativas mais essenciais? Pois é, carimbe o passaporte delas para o passado, pois o tempo é um grande aliado na cura das dores e das feridas da alma; ele ajuda a reconstruir corações e mentes.

Faça do seu presente um tempo para realização dos seus desejos, para que o futuro não seja a tradução de um passado desejado e sonhado. A vida é feita de momentos e só as coisas muito prazerosas devem ser eternizadas em nossas lembranças. Feliz vida para todos nós!

 

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