“O AMOR QUE NÃO OUSA DIZER SEU NOME”

Desde a gestação, as crianças já começam a ser identificadas com padrões estabelecidos socialmente à cerca de uma identidade heterossexual – a cor predominante do enxoval, o enfeite na porta do quarto, os presentes recebidos, a escolha do nome… Nada mais natural! Os filhos vão crescendo e os educamos e direcionamos para que assumam comportamentos compatíveis com o seu sexo. Desde a infância, os papéis sexuais vão sendo moldados pela cultura e a identidade sexual (sensação interna sobre ser menino ou menina) aos poucos vai se desenvolvendo. Já a orientação sexual que cada um de nós vai seguir, ocorre muito mais tarde e é resultado de influencias biológicas, psicológicas e sociais.

A heterossexualidade é considerada “normal” pelo fato de ser essa a orientação da grande maioria da população. Mas ela não é única! Existem outras formas de amor e prazer e as pessoas que assumem a sua homossexualidade (como todas as minorias) sofrem todo tipo de discriminação e preconceito por contrariar o modelo social vigente e ir de encontro a valores morais e religiosos. O desejo humano não é padronizável e nem fruto de uma escolha ou determinação genética. Se as pessoas pudessem escolher seriam todas hetero pois assim não teriam que lidar com o preconceito, a frustração e a rejeição. 

“SAIR DO ARMÁRIO”

A descoberta da homossexualidade de um filho, por mais esclarecidos que os pais sejam, é um fato difícil de aceitar pois mobiliza muita culpa (onde eu errei?), raiva, desespero, vergonha e solidão. Para os filhos também não é nada fácil: travam uma luta interna, em segredo, contra o seu preconceito, o preconceito social e o medo de enfrentar os pais.  Ao se sentir atraído por uma pessoa do mesmo sexo, se perceber diferente e não conseguir reprimir esse desejo a pessoa vive um processo de aceitação que a s vezes é mais dolorido e difícil de enfrentar do que a aceitação social.

Sair do armário (assumir sua homossexualidade) não é fácil em uma sociedade preconceituosa e que descrimina o diferente.Os pais vão precisar de um tempo para elaborar essa avalanche de sentimentos e poder acolher seu filho. Ter um filho(a) homossexual não é   motivo de vergonha, pois o caráter das pessoas não está vinculado ao seu  desejo sexual.

ACEITAR A DIFERENÇA

Sentimentos e comportamentos diferentes da heterossexualidade sempre existiram em todas as sociedades e culturas, desde as primitivas as contemporâneas. Na Grécia antiga era prática comum; na idade média era considerado pecado e até punida com a morte, já foi considerado perversão e doença e só há pouco mais de 10 anos que a Organização Mundial de Saúde retirou o homossexualismo da classificação Internacional de Doenças. A homossexualidade não é uma questão de escolha e muito menos um desvio que possa ser corrigido, é apenas outra forma de viver a sexualidade e o amor.

Nós temos a tendência a rejeitar o que consideramos diferente. A descriminação sexual existe, porém todos nós temos o direito à vida, a liberdade e a felicidade e o dever de contribuir na formação de uma sociedade mais justa e igualitária, onde as diferenças sejam respeitadas e onde haja uma ética comprometida com o processo de inclusão social de todas as minorias. A luta contra o preconceito tem avançado, pois “É certo, afinal de contas, que neste mundo nada nos torna necessários a não ser o amor” e que ele seja reverenciado e respeitado em todas as suas formas. Cuide bem do seu amor, seja quem for!

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