#NÃOÉAMORQUANDO…

 

Na segunda-feira passada, dia 12 de junho, foi comemorado no Brasil o “Dia dos Namorados” e, como já era de se esperar, apesar da crise, os shoppings, as lojas, as floriculturas e os restaurantes elevaram o seu faturamento neste dia. As redes sociais foram inundadas de mensagens contendo declarações de amor e afeto, como também já era de se esperar e, com esse clima tão amoroso no ar, até as brigas e ofensas que acontecem através das mídias digitais deram uma pequena trégua, diminuíram em quantidade e intensidade, afinal de contas celebrar o amor e a felicidade precisa ter seu espaço garantido.

E dentre as coisas muito interessantes e oportunas que circulam nas redes sociais, me chamou muita atenção uma campanha de alerta aos relacionamentos abusivos, aproveitando justamente a comemoração do “Dia dos Namorados”. Cards coloridos, textos, fotos e filmes procuravam alertar as pessoas, especialmente os jovens, que vivem relacionamentos abusivos e não têm consciência disso, pois acreditam que o seu relacionamento é apenas complicado e intenso, quando na verdade vivem relacionamentos tóxicos, em que são desrespeitados, desvalorizados, ofendidos, desqualificados, assediados e agredidos emocionalmente e fisicamente.

Então, a campanha do #NÃOÉAMORQUANDO pontua o que deve ser observado: quando você é chamada por expressões pejorativas para diminuir sua autoestima; quando você se sente humilhada, isolada, perseguida, insultada, ridicularizada; quando seus bens e objetos pessoais são tomados; quando você se sente forçada a ter relações sexuais; quando você é coagida a não utilizar certas roupas ou frequentar alguns lugares, entre outras coisas. Em todas as postagens havia a referência do “ligue 180”, um dos canais em que as denúncias podem ser feitas. Só para você ter noção do aumento absurdo dos casos de abuso, no ano passado, o canal 180 registrou um aumento de 51% no número de denúncias em todo o país, em relação ao ano de 2015.

E vejam bem, nos dados acima não estão computadas as pessoas que sofrem caladas e não denunciam. E o silêncio das vítimas, na maioria das vezes ocorre pela vergonha e constrangimento em assumir publicamente o que acontece na vida delas, pelo medo do agressor e pela situação de desproteção social, haja vista que culturalmente as mulheres ainda são muito culpabilizadas pelo assédio e violência sofridos. Por tudo isso, se não houver apoio da família e dos amigos, elas permanecem subjugadas aos parceiros agressores, que não terão muita dificuldade em convencê-las de que foram elas que provocaram a ira deles, mas mesmo assim se mostram arrependidos, até choram e prometem que as agressões não acontecerão nunca mais; mas acontecem!

Quase todo mundo sonha em amar e ser amado, em encontrar um parceiro amoroso e viver com ele uma relação em que o respeito, a lealdade, a cumplicidade, o tesão, a leveza e o amor se façam presentes. E se você não estiver satisfeita com a forma com que o seu companheiro a trata, se você se sente maltratada e desrespeitada por ele é melhor terminar esse relacionamento; não aposte na possibilidade de que com o seu amor você vai conseguir mudá-lo, provavelmente isso não acontecerá, muito pelo contrário, as agressões tendem a aumentar com o passar do tempo.

Os cuidados, as demonstrações de amor e as declarações de afeto precisam acontecer todos os dias. Cuide bem do seu amor, sempre. “O seu amor, ame-o e deixe-o livre para amar. Ame-o e deixe-o brincar, correr, cansar e dormir em paz. O seu amor, ame-o e deixe-o ser o que ele é”.

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