Um dos “maus hábitos” mais comuns é o de roer as unhas. A Onicofagia, termo técnico que se dá ao hábito de roer as unhas, costuma se desenvolver desde a infância, fase em que as crianças começam a roer as unhas por volta dos 4 ou 5 anos e pode persistir até a vida adulta; atinge homens e mulheres em todas as idades, mas ocorre principalmente em crianças e adolescentes. O certo é que, independente de sexo ou idade, a Onicofagia é um indicador claro de que algo não vai bem na vida da pessoa.
É considerado um “mau hábito” por ser um costume anti-higiênico. Ao morder ou roer as unhas dos dedos das mãos ou dos pés (isso mesmo, tem gente que rói até as unhas dos pés e não é só criança que faz isso, adulto também faz), a pessoa está levando para sua boca, a porta de entrada para o nosso organismo, tudo o que está acumulado debaixo das unhas e isso inclui além das sujeiras habituais, fungos, bactérias e até mesmo alguns vírus; a compulsão em roer unhas além de danificar o esmalte dos dentes e provocar cáries, pode ocasionar problemas mais graves como infecções e doenças.
Em qualquer circunstância, roer unhas é sinal de que alguma coisa pode estar causando muita ansiedade, sofrimento ou angústia. Nos momentos de estresse, nervosismo ou tensão é claro que as roídas de unhas aumentam consideravelmente, mas as pessoas também roem unha quando estão com fome, por tédio, por alegria, por ansiedade… Roem porque virou hábito e, muitas vezes, elas não percebem que estão com a mão na boca, e isso pode acontecer em momentos inadequados e vir a causar muito prejuízo.
Eu fico imaginando algumas situações em que uma ruída de unha pode ser catastrófica, como por exemplo: alguém que esteja participando de um processo seletivo e na entrevista final não se controla e rói as unhas. Você o aprovaria? Pense num profissional da área da saúde que esteja lhe atendendo (pode ser médico, psicólogo, dentista…) e roendo as unhas, você continuaria o atendimento? E se uma empregada doméstica apresentasse os dedos feridos por roer unha, você a contrataria como babá do seu filho ou cozinheira? Minhas respostas a esses questionamentos, com certeza, seria um não! Então, roer as unhas ou apresentar as unhas roídas e os dedos feridos pode ser determinante para muitos insucessos profissionais.
Os roedores compulsivos de unhas chegam a ferir os dedos ao ponto de provocar sangramentos e, dessa forma, muito provavelmente, terão dificuldades em exercer determinadas tarefas que exijam habilidades manuais mais restritas como escrever, digitar, tocar instrumentos, trabalhar com tintas ou realizar quaisquer tarefas que necessitem o manuseio dos dedos. Se uma unha quebrada, um canto de unha puxado com os dentes ou um “bife” tirado pela manicure já provoca muito incômodo, imagina todos os seus dedos feridos?
Por todas as circunstâncias negativas que envolvem o mau hábito de roer unhas é preciso descobrir o que está levando a pessoa a apresentar esta conduta compulsiva. O problema da Onicofagia vai muito além do nervosismo e da estética, e mesmo que algumas vezes possa desaparecer com o tempo, é necessário fazer uma avaliação especializada para que se verifique se existe algum transtorno emocional ou patologia que determine a permanência do sintoma.
Toda conduta que a gente não consegue controlar não é besteira. Se o hábito de roer unhas está trazendo prejuízos para a sua vida busque ajuda psicoterápica para reverter a Onicofagia.