NÃO BASTA SER CONTRA, É PRECISO ODIAR!

 

É fácil para qualquer um de nós constatarmos que a intolerância, a raiva, o desrespeito, a agressividade e o ódio estão se mostrando e se fazendo presentes cada vez mais na vida de todos nós – basta assistir à televisão, ouvir rádio, ler o jornal, acessar as mídias sociais ou mesmo conversar com as pessoas para constatar o que eu estou dizendo. Nada parece suficiente! Roubar é pouco, tem que agredir ou matar; não basta torcer pelo seu time, tem que espancar a torcida do time adversário;ter preconceito contra os homossexuais, negros, índios, mendigos e mulheres, tem se traduzido em covardes violências;divergências políticas tem resultado em muita pancadaria, além de ser responsável pelo término de muitas amizades.

Mesmo sem nos darmos conta, sempre estamos julgando alguém, seja pela maneira de se vestir, falar, pensar ou se comportar. A verdade é que costumamos  julgar os outros de uma maneira muito mais severa do que julgamos o nosso próprio comportamento, e ainda arrumamos um montão de desculpas para justificar nossos atos; para nós o benefício da indulgência, para os outros a condenação. Assim, só o que se acredita é certo, justo, válido e verdadeiro, mas ninguém está certo o tempo todo! E onde fica o espaço e o direito do outro de pensar, agir e ser diferente de nós? Pois é, muitas vezes não fica em canto nenhum para quem não sabe conviver com a diversidade e com as diferenças.

TOLERÂNCIA ZERO

Nas redes sociais virtuais é grande a quantidade de postagens que extrapolam o bom senso e o respeito.  Embora cada um de nós seja responsável pelo que posta e tenha o direito de expressar seus pontos de vistas e argumentos, convenhamos, muitas pessoas não conseguem dominar os seus impulsos, demonstrando todo o seu preconceito de forma virulenta e cruel; em vez de manifestar suas opiniões e discordâncias de forma civilizada, partem para ofensas pessoais numa absurda demonstração de intolerância e desrespeito.

Existe muita diferença entre liberdade de expressão e ofensa, entre constatar fatos e distorcer realidades, entre manifestar opinião, defender suas ideias com paixão e desqualificar de forma irracional e odiosa as pessoas que pensam diferente. Para mim, nada justifica as manifestações de profunda intolerância! Se você não concorda com as postagens de alguém e quer contrapor suas ideias, o faça de forma civilizada ou apague aquela postagem ou ainda exclua a pessoa da sua lista de contatos. Simples assim!  Cada pessoa pensa e age de acordo com seus valores e crenças, mas nem sempre o que é publicado nas redes sociais está de acordo com a prática de vida dessas pessoas – o discurso é um e a prática é outra.

SOMOS SERES PLURAIS

Até que me provem o contrário, a prática continua sendo o melhor critério de verdade e, sendo assim, quando percebo a incapacidade de autocontrole social de alguém e , essa pessoa precisa usar a violência e a intimidação como forma de tentar impor sua opinião, isso é sinal de que lhe faltam argumentos plausíveis, não havendo mais qualquer possibilidade de diálogo, de manutenção de amizades e de afetos. Não devemos ser coniventes com atos de vandalismo e barbárie, tipo espancar alguém porque estava usando umacamiseta vermelha (isso aconteceu) ou usando a camisa do seu time do coração.

Nós vivemos uma crise ética, moral e de cidadania, e ela está em todo lugar, inclusive nas nossas condutas. Nós somos seres plurais, com visões diferentes de mundo  e, desde que não estejamos usando de violência contra ninguém, precisamos ser respeitados em nossas diferenças e também respeitarmos os que pensam diferentes de nós. Que tal a gente adjetivar menos a nossa fala e ampliar a nossa escuta? A concretude do cotidiano precisa nos servir de referência.

Um dia desses li no face book (deixo de citar a autoria por que não sei) o seguinte: “amar em tempos de ódio é um ato revolucionário”, então sejamos revolucionários!

 

 

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