A morte de alguém querido é sempre motivo de muita dor e sofrimento para quem vivencia essa perda e essa dor se torna maior ainda quando se trata de um suicídio. Lamentavelmente, a cada ano, o número de suicídios tem crescido muito, especialmente de adolescentes e se tornou uma das principais causas de morte nessa faixa etária, o que contraria a lógica da sobrevivência humana e interrompe o ciclo da vida de uma forma tão precoce.
Um adolescente ao tentar por fim a sua vida está convencido de que os seus problemas não tem solução e seu sofrimento nunca terá fim; seu mundo interior está preenchido com muita angústia, desilusão e dor e, sendo assim, ele vê a morte como única saída para por fim a tanto desespero, sofrimento, desamparo e solidão. Quando a desesperança se instala faltam recursos para enfrentar e resolver problemas que na maioria das vezes estão relacionados com término de namoro, fracasso escolar, problemas familiares, violência física e sexual, bullying, abuso de álcool e drogas, homossexualismo… e fatores psiquiátricos, especialmente depressão. Na verdade, se o jovem conseguir conviver com fracassos e perdas e não se deprimir, provavelmente ele nunca tentará o suicídio de forma consciente.
Suicídio de adolescente
A adolescência é uma fase pontuada por mudanças, instabilidades emocionais, dificuldades para viver afetos intensos e todas as “agonias indispensáveis” da vida, o que dificulta que o jovem lide de forma sensata com fracassos, perdas e humilhações. Eles são sempre muito intensos em tudo, inclusive no sofrimento, por isso um acontecimento doloroso pode transformar a vida deles numa catástrofe.
Alguns jovens mesmo que não estejam pensando em morrer, assumem comportamentos autodestrutivos e se expõem a comportamentos de altos riscos, como dirigir embriagados e perigosamente; fazer sexo sem camisinha; usar drogas; praticar esportes radicais com elevado grau de riscos sem conseguir avaliar o perigo que há nessas condutas. Tais praticas são consideradas uma forma inconsciente e indireta de tentar o suicídio.
Campanha pela vida
A depressão está fortemente relacionada à intenção suicida e o deprimido, na maioria das vezes, quando tenta o suicídio não o faz de forma impulsiva, pelo contrário, costuma planejar detalhadamente o que deseja fazer e algum tipo de comunicação geralmente precede as tentativas de suicídio. Portanto, fique muito atento ao comportamento do seu filho e a condutas como isolamentos e diminuição de contatos sociais; tristezas profunda; queda no rendimento escolar; desânimo; baixa energia; abandono de atividades que antes apreciava; insônia ou excesso de sono; se ele anda lendo ou escrevendo sobre morte; se em algum momento verbaliza que o melhor seria morrer. Se seu filho em algum momento falar em morrer, respire fundo, se encha de calma e não tenha medo de perguntar se já passou pela cabeça dele se suicidar? Em caso positivo, converse sobre isso com ele. O falar sobre o assunto vai fazer com que ele perceba que está sendo entendido em seu sofrimento e em seu pedido de ajuda. Procure ajuda profissional imediatamente para toda família e fique atento e vigilante.
Tenha claro que essa história de que se alguém está falando em se matar é porque não vai fazê-lo não é verdadeira; a fala pode ser um pedido de ajuda e uma demonstração do tamanho do desespero que ele está vivendo e isso não inclui chantagens de adolescentes quando falam em se matar se os pais não atenderem a seus desejos. Pra alguém desejar morrer é preciso estar sofrendo muito, deprimido, surtado ou totalmente sem esperanças de uma vida melhor.
Chegue junto e demonstre o quanto ele é amado e que ele não está só, pois conta com sua a ajuda para superar aquele momento de tanta dor pra ele. Além de lhe dar colo, carinho e aconchego, envolva os amigos, busque apoio religioso e construa uma rede social de apoio numa campanha pela vida.