MÃE, VOU DORMIR NO SEU QUARTO!

                                            

Qual a criança que não gosta de dormir no quarto dos pais? Então, ao declarar esse desejo, se a criança perceber que pode receber um não, ela cria toda uma estratégia na qual fazem parte chorar e  chantagear para conseguir convencer os pais a deixa-la dormir lá, e, muitas vezes, vencidos pelo sono, cansaço, culpa, saudade ou insegurança, eles terminam concordando Com certeza, dormir agarradinho com os filhos é muito gostoso, mas os pais precisam saber que é necessário a criança  ter seu espaço para que possa ter um desenvolvimento psíquico adequado, além do que ela não deve partilhar da intimidade dos pais – isso é coisa de casal.

Até os seis meses de vida, o bebê pode dormir com os pais, no berço ou no carrinho, se os pais acharem necessário para que se sintam mais seguros e isso facilite tarefa da mãe de amamentá-lo. A partir daí,  o bebê deve dormir em outro quarto, na companhia de um adulto cuidador ou monitorado pela babá eletrônica. É importante que o quarto do seu filho, desde bebê, seja um local em que ele se identifique e se reconheça e contenha o que lhe é íntimo e pessoal – sua cama, seus brinquedos, seus livrinhos, suas roupas…e, quando ele ficar “grandinho”, que possa interferir na decoração, junto com irmãos (se eles dividirem o quarto).

 

ENTENDA OS MEDOS DO SEU FILHO

 

A imaginação da criança é sua realidade e a faz criar monstros que dormem em baixo da cama, fazem barulho dentro do armário e saem dos filmes de terror diretamente para o quarto deles. Na verdade, muitas vezes, as crianças se assustam com os barulhos noturnos, ficam com medo e procuram refúgio no quarto dos pais; quando isso acontecer, converse com ela sobre esse medo, vasculhem o quarto e a casa juntos e mostre-lhe que não existe nada de perigoso ou ruim. Educar é isso!.

Para que seu filho possa crescer  e se tornar uma pessoa independente e confiante, é necessário que ele consiga enfrentar seus medos no seu próprio espaço, rompendo a dependência emocional dos pais. Assim, ele não se intimidará diante do desconhecido. A condição básica para ele voltar a dormir é se sentir em segurança e para isso basta que saiba que os pais estarão por perto, caso precise.

 

EDUCAR É ISSO

 

Na verdade, em minha experiência clínica, tenho percebido que o mais difícil não é convencer a criança a dormir no seu quarto e sim convencer aos pais de que isso não é saudável. Na menor chantagem eles cedem! Deixar o filho dormir no quarto do casal é abrir mão da intimidade de uma vida sexual prazerosa. Acontece que, muitos pais, utilizam-se da presença dos filhos justamente para evitar fazer sexo com o companheiro(a) ou como pretexto para adiar uma discussão; pais separados ou viúvos também não devem permitir que o filho ocupe o lugar na cama do genitor que saiu ou faleceu, pois isso pode provocar muita angústia e ansiedade na criança ao criar a fantasia de que ela irá substituí-lo.

Pra manter seu filhote no quarto dele, crie um ritual de afetos e cuidados associados à hora de dormir: estabeleça horário; cante e conte histórias agradáveis; coloque travesseirinho ou bichinhos na cama; reze oração do Santo Anjo; embrulhe-o, beije-o e abrace-o e se ele acordar e chorar, procure atendê-lo no quarto dele.

É claro que se a criança estiver doente, precisando de cuidados constantes ou assustada com algo que tenha acontecido de muito grave (morte, assalto…) ele poderá ficar no quarto dos pais (mas, o ideal será sempre o de cuidar do filho no quarto dele). Chantagens virão, mas só funciona com pais permissivos

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