MÃE, EU TÔ COM MEDO!

 

Todo mundo tem medo de alguma coisa! Você tem medo de quê?  Alguns desses medos são originários da sua infância? E, mesmo que você não lembre, desde bebê a gente tem que lidar o medo, essa emoção primária, que funciona como se fosse um alarme, que avisa o nosso cérebro de um perigo eminente, que pode ser real ou imaginário, mas em qualquer circunstância, mobiliza em nós muitas emoções.  Diante do medo, as reações mais comuns são as de luta (enfrentar o que esteja acontecendo) ou fuga (fugir do objeto ou da situação que provoque sofrimento).

Agora vejam, se nós adultos, que temos recursos internos para analisar as situações e tentar entender de forma realista o que está acontecendo, tropeçamos em nossos medos, imaginem as crianças. Saiba que é muito comum e frequente as crianças vivenciarem medos, principalmente nos primeiros anos de vida e, cada fase do desenvolvimento tem seus medos típicos, que costumam ser passageiros e substituídos por outros; por exemplo, é natural a criança ter medo de estranhos e de ficar longe de seus pais (até os 2 anos isso pode ser bem frequente), de ficar só, de escuro, de trovões, de palhaços, de ir para escola…

O medo do escuro é um dos mais recorrente entre as crianças, pois como elas possuem uma imaginação muito fértil e, até os 7 anos, não conseguem discriminar corretamente o que é fantasia e o que é realidade, ao assistirem um filme, um desenho animado ou ouvirem uma história em que haja um personagem ameaçador, essa informação é guardada na imaginação delas e ganha vida no escuro; dessa forma, ruídos, clarões e sombras se transformam em seres ameaçadores, que circulam pelo quarto delas, as aterrorizando.

Para piorar um pouco mais a situação do medo de escuro, a criança pode estar vivendo a angústia da separação do quarto dos pais. E, muitos pais, na tentativa de minimizar esses medos, deixam a criança adormecer no quarto deles e depois a levam dormindo para o quarto dela (o ideal é que a criança se acostume a dormir no seu próprio quarto). Mas, quando  a criança acorda de madrugada, ela vai para o quarto dos pais, chora para ficar lá, e eles, muitas vezes vencidos pelo cansaço, permitem.

Em função dessa permissividade, as crianças não enfrentam esse medo primário da infância e, como não foram acostumadas a dormir sozinhas, entram em pânico só de pensar em ter que ficar sem companhia no seu quarto ou no escuro. Desta forma, o que poderia ter sido apenas um medo natural da idade, pode tornar-se patológico e virar fobia – um temor persistente, excessivo ou irracional, que vêm acompanhado de sintomas físicos como falta de ar, taquicardia, vômitos, suores, dores, pesadelos. . A fobia paralisa! Imagine uma criança sentindo isso tudo!

O que fazer para que esse medo do seu filho não vire uma fobia? Algumas condutas costumam ajudar bastante: procure saber de onde vem esse medo da criança? O que ela acha que pode lhe acontecer no escuro? Brinque com seu filho no escuro (de procurar, de criar sombras na parede), demonstre que não há razão para ele ter medo; explique para ele o que é real e o que não é, nos motivos do seu medo; conte-lhe histórias de anjo e proteção; coloque a disposição dele, na cama, algum objeto com que ele possa dormir abraçado, tipo um bichinho de pano e quebre o escuro do quarto com uma pequena luz acesa.

Mas o principal mesmo é você falar para seu filho que é normal sentir medo, que você também passou por isso e que você vai ajudá-lo a superar o medo do escuro.

 

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