Dentre os atos mais horrendos que um ser humano seja capaz de praticar contra uma criança, sem dúvida, o abuso sexual e a pedofilia estão entre os primeiros. Impossível não ficar indignado com a divulgação de casos como o da menina de 9 anos engravidada pelo padrasto,em Pernambuco. Mas, infelizmente, as denuncias tornam-se cada vez mais freqüentes: estima-se que, DIARIAMENTE, cerca de 165 crianças ou adolescentes são vítimas de abuso sexual e, o que é ainda mais chocante, a maior parte dos casos ocorre em suas próprias casas. Os abusadores costumam ser familiares ou pessoas muito próximas (pai, avô, padrasto, tio, padrinho, vizinho) que, por serem considerados pessoas acima de qualquer suspeita e terem familiaridade e intimidade com a criança, sentem-se livres e acobertados para agir.
A pedofilia é um distúrbio psicossexual que costuma se manifestar na adolescência, normalmente em pessoas do sexo masculino (podendo ter características homo ou heterossexuais) e consiste no ato ou fantasia de ter contatos sexuais com crianças de 13 anos ou menos. Mesmo que a pessoa nunca venha a realizar o ato, só o fato de apresentar desejo e fantasiar constantemente com crianças já caracteriza a pedofilia.
FIQUE ATENTO!
Alguns comportamentos das crianças e adolescentes são indicadores de possível violência sexual: pesadelos, queda de rendimento escolar, insegurança, recusa em ficar sozinho com uma determinada pessoa, excesso de limpeza ou falta de higiene, auto-mutilação, isolamento social, comportamento agressivo, mudança repentina de humor, demonstrações de erotização, dores sem motivos, medo repentinos, depressão… Observe também os sites que seu filho acessa e com quem conversa na internet, pois a rede tem sido um campo fértil para a proliferação da pedofilia.
Muitos abusadores também foram vítimas de abusos sexuais e, apesar de serem inseguros e tímidos, são extremamente amorosos e sedutores: começam com abraços e afagos aparentemente inocentes e, com o tempo evoluem para carinhos mais ousados e toques sexuais, o que torna difícil para a criança reagir pois, fica confusa, e acha que ela permitiu que tudo aquilo acontecesse
O PORQUE DO SILÊNCIO…
As vítimas de abuso sexual demoram muito a falar sobre o assunto (muitas vezes só falam depois de adultas) ou jamais falam. Silenciam por vergonha, culpa e medo do agressor, que as ameaça constantemente “se você contar eu digo que é mentira; você vai apanhar; eu vou matar sua mãe e seus irmãos…”. Agora, imagine isso tudo na cabecinha de uma criança! Para que nossos filhos nunca venham a ser vítimas de abuso é necessário, além de que estejamos sempre atentos, que conversemos com eles, alertando-os para que se alguém os mandar tirar a roupa, tentar tocar nos seus genitais, mostrar ou encostar o pênis em qualquer parte do corpo deles, devem gritar, sair correndo, chamar por qualquer adulto e contar imediatamente para mãe o que aconteceu. É preciso ficar bem claro que essas pessoas, mesmo que seja o pai, o padrasto…, estão fazendo algo muito grave e errado e de que a mãe vai acreditar sempre nelas e protegê-las.
As conseqüências emocionais para as crianças vítimas de violência sexual são graves. Tornam-se inseguras, ansiosas, culpadas, deprimidas e provavelmente apresentarão dificuldades em estabelecer relacionamentos amorosos na vida adulta. O atendimento psicoterápico, o acolhimento e a proteção da família são essenciais para cicatrizar essas feridas psíquicas que deixam marcas para sempre na alma.
O combate à pedofilia e ao abuso sexual precisa ser um esforço e um compromisso de todos nós.