Como em nenhuma outra época, os processos cerebrais têm sido estudados por neurocientistas do mundo todo. As técnicas de mapeamento cerebral, sem dúvida, tem facilitado com que o funcionamento do cérebro seja melhor entendido, mas, apesar dos avanços da neurociência, ainda falta muito para que o funcionamento do lado oculto da mente, o inconsciente, seja desvendado. Os especialistas estimam que o inconsciente, esse mundo misterioso e inexplorado, é muito maior do que a consciência, ocupando cerca de 95% do cérebro, enquanto que o consciente apenas 5%.
A grande dificuldade em se estudar os processos inconscientes é que eles ocorrem sem que você perceba que está acontecendo e num ritmo alucinante; ele não deixa de trabalhar nem quando paramos: mesmo quando estamos quietos, jogados num canto qualquer e absolutamente relaxados, o inconsciente espertamente se aproveita também desses momentos e transforma nossos sentidos e sentimentos em idéias.
AMPLIFICADOR DAS EMOÇÕES
Todos os nossos gestos e atos que não são conscientemente pensados são inconscientes. Esse pedaço da mente de difícil acesso guarda nossos conteúdos mais profundos, ligados aos nossos instintos primitivos e muitas vezes reprimidos. Como a grande maioria das vezes não nos damos conta de nossas escolhas, vamos simplesmente fazendo as coisas, podendo até parecer que elas acontecem por acaso, de forma espontânea, mas na verdade sempre estão ligadas ao pensamento. Para cada ocorrência na nossa vida há um motivo, uma causa. O acaso não existe!
Por exemplo, quando vemos uma pessoa pela primeira vez, mesmo que não tenhamos nenhuma informação a respeito dela, de pronto, decidimos se gostamos dela ou não. É claro que podemos mudar esse conceito futuramente, depois de saber mais a respeito dessa pessoa, porém, num primeiro momento, essa é uma decisão inconsciente, baseada principalmente no rosto e nas expressões faciais. É muito diferente quando se conhece alguém e já dispomos de todo um referencial a respeito da conduta dela, sabemos o que ela faz, como é o seu caráter, como ela se relaciona com os outros, como lida com a verdade, como é a sua conduta na vida… E, como informação é matéria prima de decisão, decidimos utilizando também, mas não exclusivamente, conteúdos conscientes.
É DIFÍCIL FINGIR
Nós somos resultado de tudo o que já vivemos na vida, todas as nossas experiências de uma forma ou de outra deixam marcas, às vezes cicatrizes que duram o tempo em que nos mantemos presas a elas. Nosso mundo interno, onde se alojam nossas emoções e sentimentos também interfere em nossas escolhas e denuncia os nossos atos. Nós emitimos sinais inconscientes o tempo inteiro, não é nada fácil fingir. Quem nunca foi traído pela ternura de um olhar? Por um sorriso de satisfação quando se encontra com um ser por quem estamos interessadas? Pelo nervosismo ao perceber a presença de alguém que ainda mobiliza nosso gostar, mesmo que já estejamos separados? Pela vontade de fuzilar com os olhos quem foi desleal com a gente? É preciso respirar fundo e seguir em frente…
É impossível controlar o inconsciente de forma consciente, mas é possível influenciá-lo. Toda vez que você tiver a certeza que fez uma escolha insensata, que a sua vida precisa mudar de rumo e que você necessita se desvincular de algo ou de alguém que lhe faz mal, busque a sua racionalidade, converse com seus amigos e escute o que eles têm pra lhe dizer, geralmente quem vê de fora pode ver melhor… E, se necessário, procure ajuda profissional para descobrir o que lhe mantém preso(a) à dor e ao sofrimento. Tente fazer escolhas de forma consciente.
PS: Todos os meus textos publicados na Troppo encontram-se no meu site – www.zildinhasequeira.com.br.
Excelente informação, estou pensando em fazer meu tcc com tema relacionado ao inconsciente