Não costuma ser nada fácil viver o término de um relacionamento significativo (principalmente para quem não propôs a separação), mas a vida continua e, lá na frente, depois que a perda é elaborada e a dor passa, as pessoas descobrem que são capazes de amar novamente e se disponibilizam a partilhar sua vida com outro alguém, por isso o número de recasamentos (pessoas que casam duas ou mais vezes) mais do que dobrou na última década. E isso é um bom sinal, pois demonstra que as pessoas continuam acreditando no amor e na possibilidade de ser feliz.
Porém, se o envolvimento amoroso acontece com alguém que ainda é casado ou que esteja vivendo uma separação recente, provavelmente essa situação vai gerar insegurança, ciúme e desconforto para quem está a menos tempo na relação, pois mesmo sabendo que as pessoas precisam de um tempo para desfazer alguns laços de uma vida a dois, não tem como evitar sentir medo de que aquele término não seja definitivo; e assim, cobranças, ciúmes, desconfianças e interrogatórios passam a fazer parte da vida do novo casal, o que torna essa convivência muito pesada.
Na verdade, se envolver com alguém que está vivendo um processo de separação (que vai além da saída da pessoa de casa), costuma ser algo muito complicado, principalmente quando na relação anterior existem filhos, pois isso vai exigir o contato do ex -casal não só para resolver as questões de ordem práticas do cotidiano dos filhos (o que depende muito da idade dos mesmos), mas também porque como pais vão continuar dividindo responsabilidades e participando dos momentos importantes da vida dos filhos -o que cessa com a separação é o vínculo de marido e mulher, o de pai e mãe continua pelo o resto da vida.
É claro que a vivência de uma separação e o funcionamento de um novo casal vai depender muito da postura dos adultos envolvidos; o respeito e o cuidado com o parceiro que se sente abandonado e rejeitado deve ser um balizador de condutas. A pessoa que entrou depois na relação precisa entender isso e não ficar ditando normas e determinando comportamentos para o parceiro, o que não significa que ela vai assumir o papel de expectadora, sem direito de se manifestar e dizer o que pensa, mas a atitude precisa ser do outro; aliás, fique atenta a forma como o seu amado lida com a ex-mulher e filhos, esta é uma grande oportunidade para você conhecer os valores e o caráter dele. Ninguém sabe o dia de amanhã!
Mas, problema mesmo, é quando independente do tempo de término da sua relação anterior, seu parceiro atual não consegue lidar com o fato de você ter um passado. Implica, não gosta e morre de ciúmes de quem já teve um papel afetivo importante na sua vida; faz comparações e cobranças constantes; está sempre criando situações para desqualificar e ofender o outro e não consegue perceber que cada pessoa e cada amor são únicos e diferenciados.
Tudo o que nós vivemos na vida contribuiu para nos tornar quem somos hoje. Dessa forma, os relacionamentos anteriores foram fontes de aprendizado, onde erros e acertos nos ajudaram a rever posturas, acrescentar conceitos, modificar caminhos e, em última instância, sinalizaram o fim daquela relação. Se o relacionamento anterior tivesse sido muito bom não teria acabado, seria presente e não passado! Não perca tempo revirando o passado; invista seu tempo e energia na construção de um amor que acrescente alegria e prazer na sua vida, todo o resto deve ser menos importante.