O medo de viajar de avião é mais comum do que você provavelmente imagina, apesar de o avião ser considerado o meio de transporte mais seguro que existe. Segundo as estatísticas, esse medo afeta cerca de 40% da população adulta brasileira, embora eu ache que esse índice é muito maior. É só prestar atenção nas pessoas no momento da decolagem: algumas estão de olhos fechados rezando para o anjo da guarda (delas e do piloto), outras fazem de conta que lêem alguma coisa… O certo é que nem todo mundo admite que tem medo.
Ficar apreensivo e um pouco tenso durante uma viagem aérea é absolutamente natural, especialmente quando o avião balança ao atravessar uma zona de turbulência. Mas, se – só de pensar na possibilidade de viajar de avião – você se sentir invadido por um medo persistente, incontrolável e irracional, isso deixa de ser normal e transforma-se numa doença: a FOBIA, um transtorno de ansiedade que provoca alterações físicas e emocionais (suores, tremores, taquicardia, tonteira, falta de ar…) nas pessoas e limita seus atos.
AEROFOBIA
A AEROFOBIA (medo de viajar de avião) acontece com grande freqüência, provavelmente porque “voar” é uma experiência que ultrapassa a capacidade humana, e nós costumamos temer o que desconhecemos e não conseguimos controlar e dominar. Além do que, os últimos acidentes aéreos, com tantas mortes, devem ter contribuído para que esse medo aumentasse.
O movimento natural do fóbico é o de evitar se deparar com as situações que lhe atormentam. Assim, quem tem medo de mar evita ir à praia, mas no caso do avião a situação fica mais complicada, em função de que, por necessidades pessoais ou profissionais e por questões de limitação geográfica ou de tempo, o transporte aéreo é o mais conveniente. Evitar a situação, portanto, não resolve todos os problemas e “encher a cara” para conseguir entrar num avião menos ainda. A melhor alternativa é procurar ajuda terapêutica para superar o medo e voltar a ter controle das emoções e atos e assim poder usufruir, da melhor maneira possível, da grande magia que é viver.
É normal ter medo
É normal ter medo, mas é terrível quando ele se torna maior do que nós. E para ajudar a superá-lo é importante buscar informações sobre o assunto: pesquise sobre os cuidados que as empresas têm com manutenção preventiva; converse com um piloto ou mecânico de vôo para que ele lhe explique sobre a segurança do avião; compare os números dos acidentes aéreos com a quantidade de vôos que ocorrem diariamente e constate como é ínfimo o percentual de acidentes… Além disso, muitas vezes, torna-se necessário um suporte medicamentoso para reduzir o nível de ansiedade e facilitar o trabalho terapêutico.
Você conhece uma música do Belquior que diz “foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na tua mão…” Pois é, com medo ou sem medo, gostoso mesmo é poder viajar junto com alguém que a gente possa segurar na mão e se sinta amorosamente segura e protegida. Afinal de contas, viajar de avião é como estar apaixonada: a gente se sente nas nuvens, quer sempre encurtar distâncias, às vezes bate insegurança e ainda tem que lidar com turbulências. Cuide da sua paixão e do seu medo para que eles não se transformem num grande nó emocional e lhe impeça de voar em direção ao prazer e a felicidade.