Conversando com uma amiga sobre o calvário das pessoas que precisam encontrar um doador compatível de medula óssea (em média 1 em 100.000) para continuar vivendo, resolvi divulgar as informações necessárias para que você também avalie as possibilidades de se tornar um doador. Então vamos lá: pode ser doador qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde (não ter doença infecciosa e incapacitante); as pessoas devem se dirigir ao HEMOPA (Tv. Padre Eutíquio, 2109), preencher um formulário com dados pessoais e colher uma amostra de sangue (5ml) para testes, que vão determinar as características genéticas necessárias para definir compatibilidade entre doador e paciente.
Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado e vão compor o Registro dos Doadores Voluntários de Medula Óssea e assim, quando um paciente precisa de transplante e não possui um doador compatível na família, esse cadastro é consultado e, se for encontrado um doador compatível, essa pessoa será contatada para fazer a doação e, a partir daí, seu estado de saúde é avaliado para que a doação de fato ocorra.
A medula óssea é um tecido esponjoso que ocupa a cavidade dos ossos e produz todas as células do sangue. No caso das leucemias, linfomas e outros tumores cujo tratamento com quimioterapia, radioterapia e medicamentos não deu resultado, a única alternativa passa a ser o transplante de medula óssea, que costuma proporcionar resultados duradouros. Em se encontrando alguém compatível (o que não é nada fácil), o doador é submetido a punções com o objetivo de retirar do interior do osso da bacia a substância salvadora, que se recompõe em apenas 15 dias. Tudo isso é feito na maior segurança, em um hospital.
Pois é, agora pensem no desespero de uma mãe e de um pai, que descobrem um câncer no seu filho e sabem que para ele continuar vivendo precisa do transplante de medula óssea e não encontram um doador compatível. Como as chances de compatibilidade são raras, quanto mais pessoas se tornarem doadoras, mais aumenta a chance de vida à pessoa que apresenta a doença. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro, mas ao doente significa a chance de continuar vivendo!
A mobilização para combater esta doença insidiosa já existe, mas precisa muito ser ampliada. Várias pessoas têm abraçado esta causa, como o jovem paraense de 20 anos, Breno Moab, que ficou nacionalmente conhecido pela sua luta incansável contra a leucemia, mas, infelizmente, ele não resistiu ao tratamento quimioterápico e faleceu. Ele foi um guerreiro, lutou bravamente pela vida, por isso recebeu dos médicos que o tratavam o apelido de menino de aço. Breno fez uma comovente campanha, teve como madrinha a cantora Gaby Amarantos, cujo tema era “EU OSTENTO AMIGOS”, e o chamamento era “NO MEU ANIVERSÁRIO NÃO QUERO PRESENTE, QUERO MEDULA”.
Breno já não está mais entre nós, faltou tempo e doadores compatíveis, mas a sua força e determinação (assim como o de tantos outros anônimos) precisam servir de exemplo para nós todos. Infelizmente ele não teve a chance de comemorar seus 21 anos, mas seus familiares e amigos continuam a sua luta e, na data de seu aniversário, dia 23 de janeiro, segunda feira, vão fazer uma mobilização em frente ao HEMOPA (às 10; 00h) com o objetivo de sensibilizar e cadastrar pessoas para o Banco de Doadores de Medula Óssea e também aumentar a reposição do estoque de sangue do hemocentro. Quem puder compareça a este gesto de solidariedade e de amor. Ajudem a salvar vidas!
*No texto da semana passada ocorreu um erro na hora da edição, por favor, desconsiderem o primeiro bloco, que pertencia a um texto antigo.