Sentir medo é normal e faz parte da vida de adultos e crianças. Um dos medos muito presentes na vida dos adultos é o de ficar só, mesmo que seja momentaneamente. Esse medo, provavelmente, tem origem na infância, especialmente, dos 2 aos 5 anos e costuma vir acompanhado de outros temores como o medo de escuro, de lugares desconhecidos, de animais, de pessoas estranhas, de trovão, de fogos e de coisas que os deixem inseguros, vulneráveis e desprotegidos. Nesse período é comum acontecer o Terror Noturno, em que a criança tem episódios de pânico durante a noite, acorda com a sensação de que está em perigo, fica muito angustiada com o fato de estar só e vai buscar proteção no quarto dos pais.
Quando esses medos não são superados na infância, eles seguem na vida adulta e são agravados pelo fato de que, existe uma cobrança social imensa para que as pessoas se casem, constituam famílias e tenham filhos para cuidarem delas na velhice. A opção de não ter filhos e de morar só, é vista com estranheza e pena por muitos, como descrito na canção Pequeno Diário do genial Chico Buarque – “Hoje topei com alguns conhecidos meus, me dão bom, bom dia cheios de carinho, dizem pra eu ter muita luz, ficar com Deus, eles têm pena deu viver sozinho…”
Viver só, pode representar a dificuldade de partilhar a vida com outra pessoa, bem como pode representar uma escolha, uma opção de vida e não uma incapacidade de estabelecer relacionamentos duradouros de afetividade. E vejam bem, a cada dia cresce o número de pessoas que moram sós e adoram (eu sou uma delas) e não importa o motivo, se por separação, por mudança de cidade, pela saída dos filhos de casa ou por sonho de serem livres e donos do seu tempo e espaço. Também cresce o mercado destinado a opções de compra e lazer para pessoas solteiras.
Solidão e abandono não fazem parte da vida de quem escolheu e gosta de viver só e não dar satisfação da sua vida a ninguém. É claro que nem tudo são flores, cada escolha que se faz na vida tem uma consequência, assim, ao garantir a sua privacidade, você perde a oportunidade de ter a companhia diária de alguém com quem dividir presença, alegrias e tristezas, em compensação, você escolhe com quem quer conviver e a hora que quer receber pessoas em sua vida.
Ficar sozinho é para quem tem coragem, está satisfeito com a sua própria companhia e considera que o seu melhor amigo é o seu amor. Quem já experimentou viver um casamento infeliz, uma relação abusiva e consegue se separar para recomeçar a vida, costuma se arrepender de não ter tido coragem de ter se separado antes. Pois bem, este artigo não é uma exaltação para que as pessoas vivam sós e sim uma tentativa de mostrar que viver só não é sinônimo de incapacidade e nem de solidão, pode ser uma escolha agradável e de muitas surpresas. Então, se você vive solidão a dois e é infeliz no seu relacionamento, se dê uma chance de ser feliz de outra forma e escolha povoar a sua vida de possibilidades, encantamento e afetos compartilhados com parentes, amigos e novos parceiros
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