Segundo dados do IBGE, dos casais que se divorciaram no Brasil, no ano de 2010, quase 60% deles têm filhos, o que significa que mesmo o casal tendo se separado, eles estarão unidos pelo resto da vida pelos filhos, um vínculo eterno. O que se rompe com a separação é o papel de marido e mulher, mas não o de pai e de mãe. Às vezes, o genitor que sai de casa, em função dessa nova realidade criada com o término do relacionamento, torna-se mais presente na vida dos filhos do que antes, quando morava na mesma casa.
Esse momento da separação é sempre muito complicado e doloroso para todos, especialmente quando houve traição, pois além de viver a dor pela perda do amor, o abandono dos sonhos, a vergonha e o fracasso por não ter conseguido fazer o casamento dar certo para sempre, a pessoa ainda tem que lidar com o orgulho ferido pelo fato de sentir-se preterida e rejeitada. É certo que não é nada fácil administrar mágoas, raivas e ressentimentos, assim, o melhor nesses momentos é se afastar um pouco, se distanciar do ex-parceiro e deixar as feridas cicatrizarem e só depois buscar legalizar a separação. Procurar se preservar é a melhor maneira de tentar dar amor e segurança para que os filhos lidem com esse momento sem tantos medos.
SEPARAÇÕES BEM SUCEDIDAS.
O maior medo dos filhos, principalmente se forem crianças, por ocasião da separação dos pais é a de que eles deixem de amá-los, do mesmo jeito que deixaram de se amar. Como eles fantasiam que os pais se separaram por algo que ela tenha feito (a criança acha que o mundo gira em torno dela), a distância física de um dos genitores aumenta o seu medo de ser abandonado. Fique muito atento a isso e não use nunca seus filhos como instrumento de vingança e nem como moeda na hora do divórcio.
O mais indicado nessa hora é comunicar a decisão de separação juntos e dizer que vocês estão se separando por problemas de vocês, mas que ambos vão continuar cuidando deles e participando da rotina de vida deles. Respire fundo, se disponha a não eternizar brigas e apesar do que possa ter acontecido, o melhor é procurar ter uma relação cordial e de respeito com seu (sua) ex, e isso significa tratar dos assuntos que dizem respeito aos filhos com ele, para não prejudicar o desenvolvimento dos mesmos.
VALORIZAR O QUE HOUVE DE BOM.
Por mais absurdo que possa parecer, alguns homens e mulheres são melhores como ex do que como parceiros. E, depois de separados, eles descobrem que os filhos são um excelente motivo para os uní-los de uma forma saudável e passam a dividir, na prática, a guarda dos filhos e tomar em conjunto as decisões importantes na vida deles. É muito importante facilitar que o contato entre eles aconteça sem que seja necessário a sua intermediação e sem dia e hora marcados. Ter bom senso e preservar o direito das crianças é fundamental.
O tempo, esse senhor dos destinos, ajuda as pessoas a superar o sofrimento pelo término do casamento e a ter serenidade para seguir em frente, se reestruturar, retomar projetos pessoais, refazer amizades e buscar a sua identidade pessoal que meio que se perdeu com o casamento. No momento da separação é natural você ficar com raiva e até pensar nas coisas ruins que aconteceram para você poder se desligar e sofrer menos; mas para poder preservar o bom relacionamento com o (a) pai (mãe) dos seus filhos, o melhor é valorizar o que houve de bom e, mesmo que vocês estejam se relacionando com outras pessoas é preciso que você deixe bem claro para o seu novo amor que o seu casamento acabou, mas a sua família, não e que vocês, enquanto pai e mãe vão continuar se falando, interagindo e se fazendo presentes na vida de seus filhos.