E SE EU ME ARREPENDER?

 

É impressionante o medo que muitas pessoas têm de terminar relacionamentos amorosos pelo receio de virem a se arrepender depois. Mesmo quando elas reconhecem que a relação está muito desgastada; que a vida sexual do casal está muito ruim; que não sentem a ausência do outro; que não planejam mais a vida juntos, quando muito  conversam sobre assuntos ligados à vida doméstica; que têm a clareza de perceber que já há algum tempo eles não se olham e nem se beijam com desejo; que já tentaram conversar a respeito, mas não perceberam muito interesse no outro… e, mesmo assim, têm muito medo de bater o arrependimento mais tarde.

De um modo geral, ao terminar um relacionamento, vários medos passam pela cabeça das pessoas e fazem com que elas prorroguem o que já está insustentável mais do que necessário, como o medo de sofrer, de ficar só, de diminuir sua condição financeira, de perder o contato com a família de origem do companheiro e com os amigos que ele trouxe para relação, o de não dar conta de criar os filhos sozinha e várias outras coisas. Mas, acima de tudo, é preciso os adultos entenderem que esses medos são deles e não usarem os filhos como desculpa para permanecerem em relacionamentos falidos.

É preciso as pessoas ficarem atentas à forma como vivem seus afetos, pois sempre que tem alguém fazendo demais numa relação é porque tem alguém fazendo de menos e esse descompasso de falas, gestos e atitudes é o caminho mais curto para se matar o amor e acabar com a relação. Então, antes de chegar à conclusão de que “o amor caiu doente pra sempre” ou ter “a leve impressão de que já vai tarde” e “bata o portão sem fazer alarde” é importantíssimo se buscar o diálogo e o entendimento e se, mesmo que a situação entre vocês esteja muito difícil, mas ainda houver interesse recíproco em permanecerem juntos, busquem ajuda terapêutica (terapia de casal) para que não haja arrependimentos futuros.

Amar não é aceitar tudo, isso é falta de amor próprio. O desejo afetivo de todos nós é o de amar e ser amado, de ter a companhia de alguém que desperte a nossa alma, que saiba nos escutar, que nos dê a mão e ande conosco pelos caminhos que houver, que provoque arrepios no nosso corpo, que seja motivo para muitos sorrisos, que goste de nos abraçar, que nos surpreenda, que nos acolha nos momentos de precisão, que nos respeite, que saiba dar e receber e que continue nos escolhendo como parceira de vida a cada comemoração de ano de casamento ou namoro.

E quanto a nós, que valorizemos e acolhamos com amor a pessoa que está ao nosso lado e que façamos com ele e para ele tudo o que gostaríamos de receber e viver como gestos de amor. Reciprocidade de cuidados, carinhos e afetos é fundamental para se estabelecer uma relação saudável. A vida além de não dar certezas para ninguém, também é feita de escolhas e, quando vivemos dor e sofrimento é porque fizemos escolhas equivocadas no passado, porém sempre há tempo para validar ou modificar nossas escolhas. Pense nisso!

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