Após o término do casamento é natural se ficar arrasada e com a auto-estima em frangalhos, principalmente se você representa a parte do casal que não escolheu se separar e que, portanto, ouviu o não: quem está mais insatisfeito, normalmente, é quem toma a decisão de se separar, mas isso não quer dizer que também não esteja sofrendo, principalmente se ainda sente carinho e respeito pelo outro, com quem dividiu a vida, partilhou sonhos, teve filhos…
Mesmo que a decisão da separação tenha sido fruto de uma desilusão do casal e ocorra de forma amigável, é necessário que as pessoas se dêem um tempo para viver a dor da separação amorosa e superar o sentimento de fracasso pelo fim do relacionamento. Infelizmente, a maioria das vezes não é assim que as coisas acontecem (especialmente nos casos em que ocorre infidelidade): o parceiro que se sente abandonado se concentra na dor, se isola, se fixa na sensação de fracasso e desamparo, se vitimiza e responsabiliza o outro pelo seu sofrimento. Não adianta buscar um culpado pelo seu sofrimento, os sentimentos são responsabilidade de cada um de nós.
HÁ VIDA DEPOIS DA SEPARAÇÃO
Sua nova condição, a de solteira, exige uma mudança de ritmo que começa com o resgate da sua identidade: providencie a troca de seus documentos e volte a assumir seu nome de solteira. Tome posse de sua nova vida! Se organize financeiramente, refaça seu círculo de amizades, acomode as mudanças na rotina de sua vida e de seus filhos. Saiba que isso não costuma ser uma tarefa fácil para as mulheres, pois mesmo aquelas que são independentes financeiramente se sentem inseguras e com medo de não dar conta de gerenciar a casa e cuidar dos filhos (embora muitos pais se façam ainda mais presentes na vida dos filhos depois da separação). Na verdade, muitas mulheres se sentem inseguras e com medo de voltarem ao “mercado” afetivo e viverem uma nova rejeição, além da preocupação em como irão conseguir conviver com novos amores em sua vida, sem desproteger os filhos.
Parece ser mais tranquilo para o homem voltar a assumir a vida de solteiro, pois como os filhos costumam continuar morando com as mães, se sentem mais livres para sair à noite, sem ter a responsabilidade de dar jantar, checar os deveres, colocar o filho pra dormir e ainda ter a tarefa árdua de convencer as crianças de que vai sair com os amigos e, muito menos, tem que dar grandes explicações sobre sua saída. Como os pais tem participado mais ativamente da vida dos filhos, alguns homens dividem com as ex-companheiras o cuidar deles e isso inclui dormidas, cobranças escolares…
COMEÇAR DE NOVO
As situações conhecidas dão a ilusão de segurança e controle, por isso as pessoas se sentem tão inseguras e desprotegidas diante do término da relação. Perdas e frustrações são inevitáveis na vida e não há fim sem dor. O sofrimento ajuda a crescer e provoca mudanças, tanto que é fácil constatar como as pessoas (tanto homens como mulheres) se empenham em criar uma versão melhor delas mesmas: se cuidam mais, malham, emagrecem, mudam o corte do cabelo, renovam o guarda roupa… rejuvenescem, ficam mais bonitas e também investem mais em sua vida profissional.
É preciso resgatar o amor-próprio para se recolocar na rota do prazer e da felicidade e isso inclui investir em projetos pessoais e se comprometer em ter uma vida interessante. Viver é começar sempre, a cada instante e com uma disposição renovada para fazer as pazes com o passado, aprender com os erros, reavaliar escolhas, realizar sonhos e amar novamente.