DE PEITO ABERTO

Semana passada eu fui surpreendida, no Shopping Pátio Belém, com uma belíssima exposição de fotografia, ou melhor, de vida, com imagens suaves de mulheres fortes que foram vitimadas pelo câncer de mama e que se dispuseram a dividir conosco suas histórias de luta, de mudança e de superação. Essa exposição faz parte do projeto DE PEITO ABERTO (também constam palestras interativas e um livro), um movimento que já percorreu várias capitais do país, numa campanha de mobilização e conscientização pelo diagnóstico precoce do câncer de mama e pela humanização no atendimento às mulheres portadoras da doença.

Esse projeto tem por objetivo compartilhar aprendizados e dividir relatos de experiência que levem esperança e coragem às mulheres com câncer de mama e lhes ajudem a resgatar a autoestima, resignificar e dignificar a vida, para que possam continuar apostando nela. O projeto também tem um caráter preventivo ao alertar as mulheres para que fiquem atentas ao seu corpo, aprendam a se auto-examinar e ao perceberem qualquer alteração na mama, procurem imediatamente um médico.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Os sinais de câncer de mama não são os mesmos para todas as mulheres, mas fique muito atenta  aos seguintes sintomas: caroço, endurecimento ou engrossamento da mama ou axilas; inchaço, calor, vermelhidão, mudança de forma ou tamanho da mama; covinhas ou enrugamento da pele; coceira ou descamação do mamilo; inversão do mamilo e de outras regiões da mama; secreção repentina no mamilo ou dor recente e persistente em alguma região.

Também é muito importante você conhecer o histórico da incidência dos casos de câncer em sua família. Se uma pessoa da família, principalmente mãe, irmã ou filha teve CA de mama antes dos 50 anos, você tem mais chance de ter a doença. Embora a incidência de câncer de mama aumente a cada ano no Brasil e no mundo, sendo o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira, quando diagnosticado no início, as chances de cura são em torno de 95%.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Há dois dias, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher e a melhor forma de nós comemorarmos essa data é nos cuidando, especialmente ficando muito atentas à incidência do câncer de mama, doença que afeta tudo o que identifica a mulher: os seios, os cabelos, a fertilidade, a maternidade e a libido. A mulher com CA de mama sofre várias perdas significativas, que se traduzem na forma como ela vive e convive com o seu corpo e faz com que ela se sinta menos mulher, pois os seios sempre foram objeto do desejo dos homens.

É esperado e natural que uma mulher ao receber a notícia de que é portadora de um CA de mama, receba a notícia como quem recebe um atestado de óbito antecipado e que entre em pânico com a possibilidade de mutilação. O seio é tão ligado a nossa condição feminina que quando o médico diz que vai ser preciso retirar a mama, a paciente ouve que vai perder o seio, um importante símbolo da sexualidade, que quando danificado, altera a autoimagem e produz um sentimento de inferioridade e rejeição.

É importante você conhecer o seu corpo e ter com ele uma relação amorosa. É fundamental diante de um quadro grave como o do CA de mama você buscar ajuda médica e psicológica e se comprometer com um movimento de amor pela vida, pela sua vida. O apoio dos amigos e da família é essencial para que se possa aprender a melhor lidar com a doença, a superar a raiva, o medo, a desesperança, a buscar alternativas de reconstrução e, de peito aberto, descobrir que a vida é muito mais que tudo isso.  Engaje-se nessa campanha de mobilização e conscientização na luta contra o câncer de mama – escolha ter uma vida mais saudável, autoexamine-se, visite seu médico regularmente, faça seus exames de rotina e dê apoio a quem precisar.

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