Imagine-se dirigindo seu carro, tranqüilamente, pela Avenida Nazaré num feriado, trânsito tranqüilo, apreciando o romântico túnel formado pelas mangueiras, sem nenhuma preocupação aparente e, de repente, você começa a passar mal: fica gelado; sente seu peito apertar; taquicardia; falta de ar; tonturas; moleza nas pernas; formigamento nas extremidades… uma sensação de que algo trágico está para acontecer. Você não consegue controlar a ansiedade, tem medo de perder o controle, de desmaiar e a sensação é a de que você vai enlouquecer, enfartar ou morrer. Se tudo isso acontecer mais de uma vez, num intervalo de um mês, provavelmente você está tendo uma crise de Síndrome do Pânico.
As crises duram de 5 a 20 minutos (que parecem uma eternidade) e quando cessam, vem o cansaço, um desgaste imenso e o medo de que aconteça tudo de novo. A síndrome não provoca a morte e nem acarreta doenças físicas mas, provoca muito sofrimento e limita a sua vida pessoal, social, familiar e profissional. Só um especialista pode fazer um diagnóstico preciso e lhe ajudar a superar a síndrome, embora, para muitos, possa parecer chilique ou frescura. Não hesite! Procure ajuda.
O MEDO DO MEDO
As causas da Síndrome do Pânico são desconhecidas, provavelmente estão relacionadas a fatores biológicos, hereditários e histórico emocional da pessoa. Contudo, sabemos que é mais provável que se manifeste em pessoas que: quando crianças tinham muito medo de ficar sozinhas ou longe dos pais; sejam muito ansiosas; preocupadas; reservadas; desconfiadas; controladoras; exigem de si além dos limites; se sentem desprotegidas (por isso atinge mais as mulheres pois, culturalmente, fomos levadas a acreditar que somos frágeis e que precisamos de um homem para nos dar proteção); tem uma preocupação muito grande com o futuro e são pessoas de bom caráter.
Quem já teve uma crise de pânico nunca mais esquece. É terrível! A pessoa começa a antecipar mentalmente a crise (ansiedade de antecipação), evita estar só e ir a lugares afastados e, quando consegue sair, procura sentar-se próxima da saída, onde a fuga será fácil. Como a crise pode acontecer em qualquer lugar ou instante, não quer mais sair de casa (evitação fóbica) e passa a estabelecer uma relação entre o ataque de pânico e o lugar em que aconteceu ou o que estava fazendo no momento da crise. Também passa a ter uma preocupação excessiva com a saúde. O mais importante é que a síndrome tem tratamento e tem cura!
SINAL DE ALARME
As crises de pânico sinalizam que você deve mudar seu estilo de vida. Além das pressões externas (obrigações e circunstâncias do dia-a-dia, solidão da vida moderna…) também existem as pressões internas (você se cobrando dar conta de tudo) o que gera um desgaste e uma sobrecarga muito grande e pode levar a ansiedade e ao pânico. Diante de situações ameaçadoras o corpo dispara um alarme, provocando uma descarga de adrenalina, pontuando o perigo. Fique atento aos sinais do seu corpo!
Aprenda a trocar pensamentos negativos por atitudes positivas; aprimore o olhar, o ouvir e o sentir; reserve um tempo para você; medite; reze; relaxe; ouça música; namore; caminhe; dance; modifique valores; aprenda a se proteger. Quando estiver em crise, procure respirar pausada e calmamente, peça ajuda da família e busque tratamento para que possa se reestruturar emocionalmente. Saiba que a sensação de que o coração está saindo pela boca pode ser controlada, para que você consiga ter qualidade de vida e possa “ver o dia amanhecer em paz”.