CRIANÇA TAMBÉM SOFRE DE DEPRESSÃO

 

A Depressão é um transtorno de humor que acompanha a humanidade ao longo dos tempos, afeta 4,4% da população mundial e atinge 5,8% dos brasileiros. Caracteriza-se pela tristeza profunda e persistente, apatia, desânimo, cansaço, pessimismo, ausência de prazer, isolamento, perda de interesse pela vida e pode culminar em pensamentos suicidas. Infelizmente, nem as crianças e jovens escapam desta triste estatística – estima-se que atinja 8 milhões de crianças no Brasil e, o que é pior, estes números tendem a continuar crescendo. Por tudo isso, a Organização Mundial de saúde considera a Depressão como o mal do século XXI.

Diferente do adulto que sabe verbalizar suas sensações e sentimentos, a criança não consegue perceber e descrever direito o que sente quando está deprimida, normalmente se queixa de dores físicas. Assim, é preciso que os pais estejam muito atentos às mudanças de padrão de comportamento de seus filhos, pois isso costuma ser sinal de que alguma coisa não vai bem com eles. A criança deprimida apresenta uma tristeza contínua, costuma ficar irritada por pouco, chora por qualquer motivo, dorme mal, torna-se extremamente insegura, mostra-se agressiva, rebelde e hiperativa, demonstra perda de interesse por coisas que antes eram muito prazerosas para ela, torna-se pessimista e se isola, tem queda no seu rendimento escolar…

Além de fatores genéticos (filhos, netos e bisnetos de pessoas que tiveram depressão têm maior probabilidade de vir apresentar a doença), alguns fatores podem funcionar como gatilho para o surgimento de um quadro depressivo, tais como: excesso de cobranças e atividades na rotina da criança; escassez de tempo livre para ser criança e poder brincar; bullying; perda de um ente querido ou animal de estimação; rejeição ou abandono familiar; abusos físicos ou psicológicos; alterações repentinas no padrão de vida; elevado grau de estresse familiar; separação dos pais (especialmente quando ocorrem em clima de brigas e agressões).

A verdade é que a vida moderna, com todas as suas circunstâncias e urgências, tem adoecido a todos, inclusive as crianças e adolescentes que ainda não aprenderam e não sabem lidar com tantas cobranças, frustrações e perdas. Além de terem suas necessidades básicas satisfeitas (moradia, alimentação, saúde e segurança), para crescerem e se desenvolverem de forma saudável, as crianças precisam ser atendidas em suas necessidades de amor, carinho e atenção. Uma criança que tem a felicidade de crescer em um ambiente familiar amoroso, organizado e saudável, que é respeitada em suas necessidades infantis, mais dificilmente virá a apresentar um transtorno emocional.

Mas, como não podemos blindar nossos filhos do sofrimento, o jeito é nos mantermos presentes e vigilantes; e se percebermos que eles apresentam mudanças comportamentais (no mínimo por um mês) que estejam interferindo na saúde, na vida social e no desempenho escolar deles, é hora de procurarmos ajuda especializada, pois eles podem estar apresentando um quadro depressivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *