No mundo moderno, cada vez mais precisamos ter atitude e saber fazer escolhas e, sem dúvida, uma das escolhas mais difíceis de se fazer na vida é a do parceiro amoroso. O sonho de consumo amoroso de todos nós, especialmente o das mulheres, é o de amar e ser amada e isso é traduzido pela necessidade de ser desejada e de ter muita importância na vida de alguém, pois espera-se encontrar a felicidade no amor. Porém, muitas pessoas se queixam de que têm o “dedo podre” porque suas escolhas amorosas as fazem sofrer e não agregam a tão sonhada felicidade em suas vidas.
“Parece que eu só me apaixono por gente problemática e complicada. Os que têm uma vida “normal” não me interessam!” Muitas vezes eu já ouvi falas como essa, dentro e fora do consultório. Mas o que são pessoas problemáticas? – São pessoas que em vez de agregar valor e trazer felicidade à vida das parceiras, as fazem sofrer. Via de regra são pessoas ciumentas; agressivas; que vivem se queixando de tudo e de todos; que responsabilizam a parceira por tudo que não dê certo; são folgadas; se fazem de vítimas; inclusive muitas nem trabalham; se mostram carentes… e, de um modo geral se acham injustiçadas pelo mundo.
Então, homens com esse perfil, costumam arrumar parceiras que tenham Complexo de Salvadoras – é uma condição psicológica em que a pessoa (isso acontece, principalmente, com as mulheres) sente necessidade de salvar o outro de um destino sombrio; elas chegam a sacrificar suas próprias aspirações para ajudar o ser amado. Ela não tem limites nessa entrega e muito menos esperam que haja reciprocidade da parte deles. Elas ultrapassam todos os limites do que é saudável!
O amor precisa acontecer de forma recíproca. Num relacionamento, toda vez que alguém está fazendo demais é sinal de que o outro está fazendo de menos e, com o passar do tempo, essa diferença vai virar um fardo. Assim, dar e receber precisam se alternar na vida de um casal. As mulheres com esse perfil de salvadoras negligenciam nos cuidados com elas mesmas, já que gastam energia, tempo e dinheiro cuidando dos seus parceiros.
Além disso, se em algum momento elas acreditaram que o seu amor e a sua dedicação vão fazer o seu parceiro mudar, elas estão absurdamente enganadas. O amor não salva ninguém que não queira ser salvo! O amor pode até mostrar caminhos, dar apoio, mas mudanças só irão acontecer se o ser amado tiver atitude e se comprometer com a construção de uma vida realmente a dois. Aceitar amar sem ser amada é decidir viver na infelicidade, pois “o amor é uma troca profunda de qualidades” (Gaiarsa- psiquiatra).
Cada um de nós sabe o que nos faz bem, portanto, não vamos escolher conviver com o que (e com quem), nos faz mal. Perfeição não existe, mas escolher conviver com o desamor é um atestado de baixa autoestima, de falta de amor próprio e de muita desvalorização pessoal. Numa relação realmente amorosa, é indispensável respeitar as diferenças, exercitar a cumplicidade e se dispor a dar e receber colo, carinho e aconchego.