A agressividade é uma característica inerente a todo ser humano e aparece logo nos primeiros meses de vida. Desde cedo os bebês já demonstram o seu potencial agressivo através de um choro mais forte e movimentos vigorosos de braços e pernas e esse potencial costuma ir se aprimorando com o passar do tempo, então, quando completam um ano e seu contato com o mundo é bem maior, podem ter crises de birra e atiram objetos longe no momento em que são contrariados e, aos três ou quatro anos, quando são cobrados a obedecerem aos limites estabelecidos pelos pais e demais adultos cuidadores, podem reagir com pontapés, empurrões, batidas de porta, xingamentos e outras indelicadezas, que tendem a aumentar se eles não forem ensinados a lidar com frustrações e obedecer a ordens.
É verdade, as crianças precisam viver frustrações para que possam se desenvolver de forma saudável. Quando elas crescem sendo atendidas em todos os seus desejos e necessidades, não aprendem a conviver com as circunstâncias desfavoráveis da vida e assim, ao serem contrariadas reagem de forma agressiva porque não dispõem de recursos internos para acomodar o que estão sentindo, e não conseguem achar natural não serem atendidas no que querem; elas se sentem ameaçadas e reagem de forma inadequada ao que percebem ser uma ameaça ao seu prazer e felicidade.
POTENCIAL AGRESSIVO
Nós todos temos um potencial agressivo, embora cada um de nós aprenda a lidar com ele de uma forma diferenciada, dependendo de como interagimos com os estímulos do meio, da competência educativa de nossos pais e das experiências vividas. Os homens e as mulheres lidam de forma diferente com esse potencial: os homens tendem a expressar sua agressividade através da violência física direta (as estatísticas criminais mundiais mostram que a maioria dos crimes e assassinatos são praticados por homens), enquanto as mulheres são mais propensas a usarem sua inteligência social e reagirem de forma mais dissimulada, através de intrigas, conchavos e pressões psicológicas, e isso não significa que somos menos agressivas do que eles.
A família é referência primária na vida de todos nós, por isso, as experiências vividas pelos nossos pais em sua família de origem, a forma como eles foram criados exercem uma influência relevante no modo como eles nos criaram (especialmente na interação com a mãe, até os dois primeiros anos de vida). Se eles foram criados com amor e acolhimento, sorte a nossa, pois a probabilidade deles repetirem os padrões de criação são grandes; contudo, se eles cresceram convivendo com o desamor e agressividade eles vão precisar reelaborar suas dores e carências para que possam oferecer aos filhos colo, carinho e aconchego.
ACOLHIMENTO AMOROSO
A frustração é algo que facilita a explosão da conduta agressiva e a sequência é assim: eu me frustro, responsabilizo o outro, por isso explodo, mas a agressividade tem também uma função positiva desde que seja usada como uma força necessária à vida, que nos encoraje a correr para cima, a enfrentar dificuldades, a empreender e ter ambição de conseguir atingir objetivos e viver o sucesso. Na vida a gente tem o que julga merecer!
O ideal é que as pessoas possam usar o seu potencial agressivo em uma atividade socialmente aceita. Use essa energia como combustível para que você possa batalhar por algo que deseje realizar, sem ambição ninguém cresce! Disponha-se a suar a camisa e pratique esportes, dedique-se às lutas marciais e às artes em geral ou a qualquer atividade em que você se movimente e dispute num clima de respeito e lealdade. O outro precisa continuar sendo sempre o nosso limite!