COELHINHO DA PÁSCOA QUE TRAZES PRA MIM?

 

Quem nunca ouviu e cantou musiquinhas infantis com a temática da Páscoa como “Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim? Um ovo, dois ovos, três ovos assim” ou” De olhos vermelhos, de pelos branquinhos, de pulo bem leve, eu sou coelhinho”? Essas canções atravessam gerações (eu aprendi essas musiquinhas na escola e as crianças de hoje continuam aprendendo essas mesmas canções) e reforçam na cabeça das crianças a ideia de que a Páscoa se resume em ganhar, trocar e procurar ovos de chocolate pela casa e outras diversões.

Mas, e os adultos, sabem qual o real significado da Páscoa? Para quem não sabe (e eu também não sabia), a Páscoa é a mais antiga festa cristã e celebra a ressureição de Jesus Cristo – três dias após a crucificação do calvário, Cristo reviveu. Mas, a Páscoa não se resume em distribuir ovos de chocolate e celebrar o domingo de Páscoa; quarenta dias antes do domingo de Páscoa ocorre a Quaresma, um período que segundo a prática cristã deve ser dedicado a penitências, jejum e orações, embora poucas pessoas sigam essa orientação e, realmente se empenhem em viver a espiritualidade como uma possibilidade de renovação.

SIMBOLISMO DO OVO DE PÁSCOA

Tudo tem um porquê na vida. A tradição de presentearmos as pessoas no período da Páscoa com ovos percorreu séculos e se modificou bastante até chegar ao chocolate.  Então, segundo dados históricos esse costume começou no Séc. IV, pois como era proibido o consumo de ovos durante a quaresma, acumulava-se uma considerável quantidade deles e, a fim de evitar o desperdício, os mesmos eram doados às crianças, normalmente a partir da quinta-feira santa. Muito tempo depois, já no Séc. XII, em vários países da Europa, os cristãos levavam os ovos para serem bentos nas igrejas e presenteavam com eles as pessoas na Páscoa.

No Séc. XVI se furavam os ovos naturais, esvaziavam seu conteúdo e colocavam pequenos mimos dentro deles (perfuminhos, objetos em miniatura, joias…) e a surpresa dependia da importância social da pessoa presenteada, mas, o melhor aconteceu a partir do Séc. XVIII, quando os franceses tiveram a brilhante ideia de substituir o conteúdo dos ovos por doces e chocolates e, como as coisas evoluem, desde o final do séc. XIX, para nossa felicidade, os ovos passaram a ser totalmente de chocolates. Cabe mencionar que ao longo dos séculos eles também foram pintados e coloridos com desenhos e formas absurdamente variados.

E ONDE ENTRA O COELHO?

Então, assim como o ovo tem o simbolismo de representar o começo da vida, pois é o símbolo universal de nascimento e criação, estando perfeitamente adequado à ideia da Páscoa que significa renascimento para uma vida nova e ressureição, o coelho por sua vez representa a fertilidade, pois o mesmo se reproduz rapidamente e em grande quantidade; e como na antiguidade o índice de mortalidade era altíssimo, a fertilidade significava a preservação da espécie e a continuação da vida.

E foi assim que entre ovos e coelhinhos se criou toda uma cultura de celebrar a Páscoa de uma forma muito lúdica, envolvendo as crianças numa onda de trocas e alegrias. Todos os ritos servem para demarcar momentos e celebrar a vida então, que tal sairmos um pouco desse aspecto comercial de compras e trocas de presentes e aproveitarmos para explicarmos aos nossos filhos o real significado da Páscoa e, mais ainda, que nos permitamos viver esse período como um tempo de renascimento, renovação, crescimento e paz. Feliz Páscoa para todos os nossos leitores do jornal e da Troppo!

 

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