CLEPTOMANIA: O ROUBO COMPULSIVO

 

Uma famosa e rica atriz de Hollywood, em 2002, foi pega furtando em uma loja em Beverly Hills. Ela foi julgada, condenada e teve que cumprir pena (três anos de liberdade condicional e prestação de serviços a comunidade) e, por envolver uma celebridade, o fato tornou-se notícia no mundo inteiro. A mesma atriz, seis anos após o acontecido, foi novamente flagrada furtando um objeto em uma loja. Novo escândalo! Na verdade, esta moça tem dinheiro para comprar muito mais do que centenas de objetos iguais ao que ela furtou, mas ela não resiste à compulsão de praticar o furto, e isto é uma doença, a Cleptomania.

Enquadrada como um distúrbio de controle dos impulsos, a Cleptomania funciona como uma compulsão que leva a pessoa a furtar objetos, independente do seu valor. Normalmente são objetos de pouco valor (e que ela tem condições de comprar), pequenos (são fáceis de esconder), sem um significado especial, e sem utilidade para ela, por isso na maioria das vezes eles são jogados fora, doados para alguém, escondidos em algum lugar ou a própria pessoa busca um jeito de tentar devolvê-lo, sem que o dono do objeto perceba que foi ela a autora do furto.

O furto não costuma ser planejado, é tudo uma questão de oportunidade e possibilidade. Vocês sabem aquela história de que “a ocasião faz o ladrão”, então, é desta forma que costuma acontecer. Antes do furto, ao perceber a possibilidade de se apoderar de um referido objeto, a pessoa vive momentos de muita tensão (medo de ser pega), depois de conseguir sente muito alívio e prazer (ufa, ninguém percebeu) e, em seguida é assaltada por sentimentos de culpa e vergonha, pois ela sabe que fez algo moralmente condenável e passível de sanções.

O certo é que o impulso de furtar é mais forte do que a capacidade do cleptomaníaco de se controlar e, como qualquer lugar pode representar uma possibilidade (loja, casa de familiares e amigos, trabalho, clube etc.) para o furto ocorrer, elas se aproveitam da distração dos outros a fim de se apoderar de algo. Porém, a compulsão pelo furto não lhes tira a capacidade de reconhecer riscos e consequências, por isso o furto pode deixar de acontecer se a pessoa avaliar que a possibilidade de ser flagrada é grande.

A Cleptomania não é um distúrbio de ocorrência comum; parece ser mais presente em mulheres; costuma ter início na adolescência; ainda não se sabe ao certo as causas; e as estimativas são de que em cada mil pessoas, seis padeçam do transtorno. Segundo dados da OMS, apenas 5% das pessoas que furtam apresentam o problema – as pessoas acometidas pelo transtorno não furtam dinheiro, joias e objetos de valor; eles não furtam para lucrar e obter vantagens financeiras, embora algumas   quando flagradas e presas aleguem que são cleptomaníacas, mas não são!

O medo do julgamento dos outros faz com que essas pessoas não busquem tratamento. A maioria das vezes, elas só procuram ajuda terapêutica quando são flagradas e presas, e isso quando a pressão familiar é grande. É importante saber que a Cleptomania costuma coexistir junto com outros transtornos, como Alcoolismo, TDAH, Bulimia e Anorexia Nervosa, Transtorno Obsessivo Compulsivo entre outros, o que torna o quadro ainda mais difícil.

Outro detalhe importante, os cleptomaníacos sempre agem sozinhos, quem tem cúmplice é ladrão e bandido. Então, se você flagrar um parente ou amigo furtando, ajude-o. Espere-o sair da situação e converse com ele a respeito do que você viu. Insista com ele para que procure ajuda. É isso!

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