CHEGA DE BARBÁRIE!

 

Há poucos dias, Rodrigo Coêlho de Farias, aluno de mestrado da UERJ, de 25 anos, saiu da Universidade e foi com um grupo de amigos para um bar na Lapa; daí a pouco chegou um grupo de homofóbicos que percebendo que ele era homossexual, resolveram expulsá-lo do bar e, como ele e seus amigos argumentaram que não sairiam, valendo-se de estarem em maioria, levaram o rapaz para dentro do bar e o agrediram violentamente – rasgaram a roupa dele, bateram muito na cabeça de Rodrigo, disseram coisas terríveis e também levaram o celular dele e sua carteira com tudo o que tinha dentro. As outras pessoas que estavam no bar ficaram incomodadas com a confusão, mas ninguém defendeu esse rapaz;

Até quando esses atos de crueldade e barbárie vão continuar acontecendo em nosso país? Até quando nós, como sociedade vamos continuar aceitando que essas coisas aconteçam porque não foi com o filho da gente? Quantos Rodrigos vão continuar sendo vítimas de psicopatas que se divertem provocando sofrimento nos outros? Quando as pessoas vão entender que homossexualismo não é uma doença e nem uma questão de opção individual e sim algo que se impõe na vida de algumas pessoas e, que por mais que elas tentem, não conseguem esconder de si mesmas a sua identificação sexual.

Já faz décadas que a ciência reparou o seu erro e retirou o homossexualismo da lista de doenças, ao constatar que a combinação de causas genéticas e ambientais determina a sua ocorrência. Ninguém escolhe ser homossexual, conviver com a discriminação, com o preconceito e com a intolerância! Aliás, vários estudos e pesquisas, como a realizada pelo departamento de Psicologia da Universidade de Georgia (EUA) concluiu que “os homofóbicos são gays enrustidos. Na maioria dos casos, há um conflito tão grande quanto à própria sexualidade que o tormento se transforma em raiva e agressividade”.

Carl Gustav Jung, brilhante psiquiatra e psicoterapeuta suíço, nascido em 1875, já postulava que “Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão acerca de nós mesmos”.  Então, ninguém precisa encampar a luta pelo direito dos homossexuais, ninguém precisa ter amigos gays,  mas todo mundo precisa respeitar as diferenças. Homofobia é crime! Espancar e agredir alguém também é crime! Precisamos nos comprometer com a construção de uma sociedade menos violenta, mais tolerante, menos individualista e mais solidária. Precisamos resgatar a nossa humanidade!

A violência costuma ser aprendida desde a primeira infância e como a família é o primeiro grupo de convívio social e modelo de referência, precisamos ficar atentos aos valores e exemplos que transmitimos aos nossos filhos. Desde a infância precisamos ensiná-los a amar o próximo, a terem gratidão, a serem sensíveis às dores do mundo, a serem solidários com os sentimentos dos outros, a agradecerem, a terem empatia e, acima de tudo, a respeitarem as diferenças. Muito provavelmente alguém que cresce ouvindo em casa piadinhas e comentários ofensivos com relação a homossexuais, tem mais chance de cometer barbáries como a que esses rapazes delinquentes fizeram.

Toda minha solidariedade ao Rodrigo (que eu não conheço) e a sua família que reside em Belém!

 

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