ATÉ QUANDO?

 

Apesar da violência contra as mulheres ser um crime, e grave, a cada 5 minutos uma mulher é vítima de agressão no Brasil. Dentre as mulheres que vivem situações de violência, 38,7% sofrem agressões diariamente; 33,86% sofrem agressões semanais; 48% das mulheres são agredidas em sua própria casa; 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violências em relacionamentos. E o que é mais grave, a cada 1h30 ocorre um feminicídio no Brasil (morte de mulheres por conflitos de gênero). E vejam, a partir de 2006, com a sanção da Lei Maria da Penha que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, a incidência desses crimes diminuiu, não tenho dúvida!

E os agressores, a grande maioria deles estão ao nosso redor, fazem parte da nossa família, tem ou já tiveram algum tipo de relacionamento “amoroso” com as suas vítimas; mas também se misturam as pessoas comuns que cruzamos nas ruas, no trabalho, na vizinhança e até mesmo nos bares da vida. O certo é que em cada grupo de 25 homens provavelmente haverá um agressor, um sádico, que está sempre buscando algo (melhor dizer alguém) que seja um instrumento para o seu prazer, que o excite e sirva de motivo para combater a mesmice e o tédio em sua vida; até que ele se entedie novamente e busque novas vítimas, que são encaradas como novas possibilidades de diversão e prazer.

Como entender uma conduta que não precisa de um motivo para acontecer? Ou melhor, motivos para os agressores existem: basta alguém contrariá-los ou serem obstáculos na realização de seus desejos mais primários para que tornem-se vítimas de sua ira e seja alvo de agressão; a reação emocional dessas pessoas é sempre desproporcional ao fato acontecido, algo muito pequeno, uma fala ou um gesto são suficientes para transformar a outra pessoa em culpado, já que eles nunca se enganam ou estão errados, os maus tratos são sempre merecidos pelo outro.

As pessoas que funcionam sem ter o menor gesto de empatia para com os outros e que desconhecem na prática o que é compaixão, respeito, amor ou qualquer outro sentimento positivo são denominadas psicopatas (apresentam um transtorno de personalidade e que nem é considerada doença) ,sabem exatamente o que estão fazendo mas como não se importam com a dor do outro são reincidentes em seus delitos e crimes. Para os psicopatas o grande prazer na vida está em seduzir, mentir, enganar, humilhar, dominar, subjugar e agredir os outros; reconhecem o que é certo e o que é errado, mas como não sentem a menor culpa por nada, transitam pela vida distribuindo agressões e colecionando vítimas.

Pois é, nós mulheres continuamos sendo vítimas de predadores sociais, de homens que se acham no direito de ofender, humilhar e agredir e até mesmo matar uma mulher, seja ela sua namorada, companheira, sua ex ou uma desconhecida, como no caso da estudante Myriam Ruth Magalhães que foi brutal e covardemente agredida por Ayrton Carneiro (conforme amplamente divulgado na imprensa e nas redes sociais), quando se sentem contrariados em seus desejos e condutas.

A impunidade faz com que a barbárie se perpetue! A tarefa de combater a violência contra a mulher deve ser de todos nós, homens e mulheres. Nós, enquanto pais, devemos nos preocupar em educar nossas filhas orientando-as para que elas jamais aceitem ser agredidas e ensinar aos nossos filhos a respeitarem as mulheres. Denunciar os agressores e ajudar a socorrer e acolher as vítimas é o caminho. Chega de violência e de impunidade!

 

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