AS CRIANÇAS X TABLETS E SMARTPHONES

 

A tecnologia da informação vem ocupando amplos espaços na vida de todos nós. Vivemos em um mundo globalmente interconectado! Com nosso smartphone carregado e tendo conexão de internet, as esperas tornaram-se menos tediosas, pois, além de passearmos pelo mundo, respondemos emails, navegamos pelas redes sociais, temos sempre a possibilidade de uma escuta amiga, de uma interlocução escolhida e não nos sentimos sós. Tudo isso é muito maravilhoso, mas é preciso ter cuidado com os exageros: as pessoas andam nas ruas, dirigem e aproveitam qualquer pausa para estar conectadas; nem mesmo o fato de estarem acompanhadas inibe-as de ficar usando o celular.

E as crianças também já foram incluídas nesse mundo virtual. Sem dúvida, a internet oferece um mundo de possibilidades para as crianças, que vão desde filminhos, jogos (que elas aprendem a acessar sozinhas), pesquisar trabalhos, falar com os colegas e professores… Tudo isso pode e deve ser utilizado como recurso de entretenimento, informação e facilitador de aprendizagem, mas há riscos! Os pais precisam ficar muito atentos e verificar se o conteúdo acessado pelos filhos é compatível com a sua idade – a curiosidade os leva a pesquisar outros caminhos e, às vezes, até acidentalmente, os adultos deixam janelas abertas e eles vão lá e acessam.

O controle do material acessado pelas crianças e pelos adolescentes (de acordo com a idade e maturidade) deve ser dos pais. Engana-se quem fica tranquilo e sossegado ao perceber que os filhos estão um “tempão” quietos, com o tablet ou com o celular na mão, aí pode residir o perigo! É necessário chegar junto, verificar o que eles estão fazendo e vendo, apresentar opções de acesso e educá-los sobre os perigos da internet; é essencial recomendar que eles não falem com estranhos, mesmo que a pessoa se identifique dizendo que também é uma criança (os pedófilos atacam assim).

Além disso, é preciso definir o tempo de permanência e o horário que os filhos menores podem acessar a internet. Eles sempre vão reclamar, mas você fiscalizar o cumprimento dessa ordem; se você deixar, eles “varam a madrugada” jogando e falando com os colegas no WhatsApp. Como a gente sabe que nada substitui as brincadeiras ao ar livre, o encontro com os amigos, o contato com a família e as trocas presenciais, cabe a nós, pais, descobrir e propor -lhes  passeios e tarefas que também mobilizem o interesse deles.

Eu penso que a grande maioria de vocês concorda comigo, porém, as urgências e circunstâncias da vida fazem com que a gente relaxe e prefira que eles estejam dentro de casa, do que correndo riscos de cair e se machucar no prédio ou ser assaltado na rua; o melhor seria incentivá-los a brincar com os amiguinhos em casa e também permitir que eles frequentem a casa dos amigos, desde que você tenha intimidade com os pais deles e sinta-se segura com o fato do seu filho estar lá. É tudo uma questão de se administrar  adequadamente o tempo e o espaço de convivência de nossas crias.

Então, o que mais me preocupa é ver bebês , já sendo acostumados a ficar quietos ou a comer diante de um tablet, smartphone ou TV. É sério, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria recomenda que as crianças só sejam apresentadas ao mundo digital a partir dos dois anos de idade, antes disso, invista nas relações pessoais, no toque, na troca de olhares, nas conversas, brincadeiras e afetos. Muitos pais lançam mão deste recurso para manter os filhos quietos. Isto é um erro! Pronto, falei!

 

 

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