Nos anos 60 as mulheres detonaram uma verdadeira revolução dos costumes, sentindo-se mais livres para viver seus desejos (pessoais e profissionais), o que provocou uma desestabilização no papel masculino. Passado o susto, aos poucos, e de forma menos ruidosa, os homens já se sentem bem mais acomodados ao seu novo papel – o “tempo do machismo” está dando lugar ao “tempo da delicadeza”.
A revolução que criou o novo homem, trouxe mudanças profundas: hoje os homens conseguem demonstrar seus sentimentos, já sabem que podem chorar, ter medos e fragilidades, estão atentos a vida de suas companheiras, participam mais da vida familiar e, se aproximam mais dos filhos. Ao vivenciar o amor pelos filhos, aprendem a tomar contato com seus próprios sentimentos, sufocados durante séculos.
Ser pai hoje
A saída da mulher em busca do mercado de trabalho, muda o rumo da história familiar e proporciona o surgimento de um novo pai. O homem deixa de ser apenas provedor e passa a ter as mesmas obrigações da mãe junto aos filhos. Embora as mulheres continuem assumindo a maior parte das responsabilidades pela criação deles, é cada vez maior o número de homens que desejam participar ativamente da educação dos filhos e que acompanham, de perto, seu desenvolvimento desde a gravidez (aumentou em mais de 60% o número de pais que acompanham o parto dos filhos), os levam na escola, participam de reuniões, acompanham ao médico, fazem mamadeiras, trocam fraldas, orientam, conversam e, principalmente, dão muito amor e carinho.
O pai e a mãe são igualmente importantes na formação da criança e são seus primeiros, e mais fortes, modelos de identificação. Por volta de 5 anos, o menino se percebe diferente da mãe e parecido com o pai que serve de modelo para afirmação da masculinidade, já para a menina, o pai é o primeiro exemplo de masculino e, ao se sentir segura ao lado do pai, tende a se desenvolver sexualmente de forma harmônica, o que vai influenciar seus futuros relacionamentos amorosos.
O novo homem
A construção da humanidade começa na família e além de ser o responsável pelo sustento da família, era reservado ao homem a função de disciplinar e punir, o que provocava muito medo nos filhos e, um certo distanciamento das mulheres. Ele era temido, respeitado e econômico nas demonstrações de afeto. Ao passar a ter uma afetividade mais viva e atuante, ao criar relações que estão sendo construídas com felicidade, amor e carinho, o homem muda o curso da sua história e das pessoas a sua volta.
Sem dúvida, o maior avanço da transformação masculina se dá no relacionamento com a família. A mulher passa a ser vista como companheira e com os filhos, vivencia um amor solidário facilitando o contato deles com a vida. A criação de uma sociedade amorosa, com lugar para todos, passa pela educação para a solidariedade e a liberdade. Para que isso aconteça, é necessário que nós, mulheres, aprendamos a dividir com os homens o gerenciamento da casa e o cuidado com os filhos, papel que era tradicionalmente nosso. Os filhos ao perceberem os pais como adultos que compartilham responsabilidades e afetos, aprendem que as relações não precisam ser de poder e sim de cooperação e tornam-se mais confiantes. Afinal, os homens, a vida inteira, se perguntaram: O que querem as mulheres? – Pois é, nós queremos esse novo homem, sensível, gentil, solidário e que não tenha medo de viver seu amor e que seja capaz de cantar para um filho “dorme meu pequenino, dorme, que a noite já vem, teu pai está muito sozinho, de tanto amor que ele tem”. Queremos um homem amoroso. Sejam bem-vindos em nossas vidas!