A PALAVRA FINAL DEVE SER DOS PAIS!

 

Em janeiro, estarei entrando para o maravilhoso mundo das avós e, uma das falas que mais ouço vindo de outras avós é “você vai ver como a sua vida vai mudar” – tenho certeza que sim; “a gente sente por eles um amor diferenciado”- imagino que sim, afinal de contas já aprendemos com nossos filhos o exercício da maternidade e, agora, mais maduros e com outra compreensão de vida, muitas já aposentadas (o que não é o meu caso) podemos amar sem as urgências do dia a dia; “a gente faz tudo o que eles querem. Eles mandam na gente!” Ops, como assim? Aí a estória se complica!

A tarefa de educar os filhos, de impor limites e de estabelecer normas e valores deve ser dos pais. Os avós devem procurar seguir as orientações dadas por seus filhos a seus netos e não modificar as regras do jogo quando as crianças estejam em sua casa: se o estabelecido pelos pais é que a criança não coma determinada coisa ou não fique até tarde assistindo desenho, cumpra! Essa estória de que os pais educam e os avós, como são pais açucarados, deseducam prejudica e muito as crianças.

Na prática, impor limites a avós e tios não é uma tarefa fácil. Sabemos que existem diferenças entre as normas de funcionamento entre casas, mas orientações e valores da casa dos pais precisam ser respeitados, sempre que possível. E se você não concordar com a forma com que seu neto ou neta está sendo educado(a), converse com sua filha(o), explique-lhes seu posicionamento, dê sua opinião numa conversa reservada com eles, preferencialmente, nunca na frente das crianças – é claro que nos casos de violência física, assédios e desqualificações você pode intervir, tentando fazer parar o gesto abusivo.

A situação fica um pouco mais difícil quando existem diferenças acentuadas na forma de educar entre os pais. As crianças, que de bobas não têm nada, não perdem a chance de tentar tirar proveito disso, desde que seja interessante para elas: “é, mas na casa do papai eu posso tomar café na cama” ou “a mamãe me deixa fazer tal coisa”. Quando as crianças tentarem usar essa diferença de funcionamento entre as casas como argumento para a permissividade, posicione – se: “o papai tem o jeito dele de educar você e a mamãe tem o dela. E aqui em casa as regras são essas!”.

É claro que o ideal sempre será que os pais, morando juntos ou separados, estabeleçam de comum acordo a forma como os filhos serão educados, que valores serão repassados para eles e definir claramente os limites na conduta deles, independente com quem estejam. Porém, sabemos que a forma como os casais se relacionam (se de forma respeitosa ou não) e de como ocorreu a separação entre eles, vai interferir de modo marcante na conduta deles com os filhos, pois, infelizmente, alguns pais continuam usando as crianças como instrumento de barganha e vingança com relação ao (à) ex.

Voltando a estória dos avós, vamos ter consciência e procurar não criar conflito quando do retorno da criança à rotina da casa dos pais. Avós não são para estragar, mas sim para ajudar a cuidar e amar sem pressa. Quanto aos pais, se algo os está incomodando na conduta de seus familiares e isso estiver interferindo na educação que dão aos seus filhos, conversem com eles e expliquem os prejuízos que isso causa na vida das crianças. A conversa é sempre o melhor caminho!

Quanto a mim, a partir do nascimento da Melina, espero ser para minha neta referência de amor, colo, carinho e aconchego, respeitando imensamente a autoridade da Carol e do Fabrício. Tenho dito!

 

 

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