A maternidade é um privilégio da mulher

Ser mãe não é “padecer num paraíso” é um privilégio! A maternidade não deve ser uma obrigação e sim uma escolha, um exercício de liberdade. A mãe costuma ser a figura afetiva mais importante na vida dos filhos, funcionando como uma mediadora com o mundo, uma tatuagem emocional, um porto seguro, uma referência primária de apego, nutrição e aconchego. Estar grávida, perceber a barriga se expandir continuamente para acolher um pequeno serzinho que cresce  e se movimenta no seu ventre é algo maravilhoso. Mais indescritível ainda é amamentá-lo e vê-lo crescer…

É claro que a mãe não é a única pessoa importante na vida dos filhos (felizmente os pais estão se tornando cada vez mais presentes), mas a própria natureza trabalha para unir mãe e filho de uma forma admirável, preparando-nos para entender um bebê que não fala, não controla seus movimentos, não anda… mas que percebemos o motivo do seu choro e que muitas vezes basta que eles ouçam nossa voz (é ainda dentro da barriga que eles aprendem a reconhecer a voz da mãe) para que se acalmem. Por tudo isso, a mãe torna-se uma sólida e confortadora referência de amor.

 

SEM CULPA E NEM IDEALIZAÇÕES

 

Todos nós sabemos que a mãe idealizada e perfeita não existe. Mas, mesmo sabendo disso, as mães costumam carregar uma culpa histórica – sentem-se culpadas e sofrem por tanta coisa: por não poderem estar mais presentes no dia-a-dia dos filhos, por estarem trabalhando; por terem se separado; por não poderem realizar o desejo de um filho; por eles adoecerem ou tirarem notas baixas; por não conseguirem impedir que eles se frustrem e sofram… O desenvolvimento emocional dos filhos não é pior porque a mãe trabalha fora, isso os torna mais independentes e maduros. É natural e desejável que eles sejam atendidos em suas necessidades, mas não em todos os seus desejos. Nós não podemos e nem devemos resolver todos os problemas de nossos filhos, se não, como eles vão crescer?

O mito do amor materno não existe! Filho é maravilhoso, mas vamos admitir: às vezes eles nos irritam tanto que temos vontade de sumir, outras de “esganá-los”. Sentir isso não prejudica ninguém e nem é demonstração de desamor, portanto não se sinta culpada também por isso. O que não devemos é partir do sentimento para a ação. Perfeição e onipotência isso é coisa para deuses!

 

FILHO É UM PROJETO PARA VIDA INTEIRA

 

Hoje é o dia das mães. É interessante poder olhar para esse dia e me ver como filha e como mãe ao mesmo tempo. O sentimento de uma mãe diante de seus filhos depende muito da sua história com a própria mãe (obrigada mãe Naninha) pois os filhos são uma projeção de nossa vida emocional. Nosso papel é o de partilhar com eles crenças e valores, ensiná-los a ter um compromisso pessoal com a felicidade e o prazer; a terem uma postura ética com relação aos outros e à vida; a orientá-los para que lidem com os perigos da esquina, da rua e do mundo. É ser pra eles uma referência de amor e afeto. Nossos filhos também têm muito a nos ensinar – minhas filhas me ensinam diariamente a ser uma pessoa melhor, a ser uma mãe melhor e a viver com elas um tempo de delicadeza, música e poesia. Como filha, sinto-me premiada pela vida por ter uma mãe tão amorosa: “a Naninha não tem perna, não tem braço, não tem mão. Coitadinha da Naninha foi nascer só coração”. Te amo mãe a perder de vista!

Feliz dia das mães para todas nós, mães, e que possamos comemorar esse dia com nossos filhos. Que eles sejam a esperança de um mundo melhor e que “ainda virem este mundo em festa, trabalho e pão”.

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