EU QUERO LEVAR PRA MINHA RELAÇÃO…

Quando uma pessoa, casa ela costuma imprimir em seu relacionamento conjugal um modelo de relacionamento, um jeito de viver a vida de casal que ela provavelmente viu na casa dela, o modelo é o relacionamento dos pais. Por isso, é tão frequente a gente ouvir comentários do tipo “ele é igualzinho o pai”, “ela reproduz o comportamento da mãe”.  Você cresce vendo os pais funcionando de uma determinada maneira e assim acaba aprendendo a funcionar do mesmo jeito; de tanto ver as condutas se repetindo, mesmo que elas sejam violentas e desagradáveis, você passa a ver aquilo como natural.

Com frequência, no consultório ou fora dele, ouço falas e imagino que vocês também já ouviram pessoas dizendo “eu apanhava muito em casa e aprendi. Meus filhos também apanham para aprender”; “minha mãe sempre soube que o meu pai saía com outras mulheres e nunca fez escândalo. Isso é coisa de homem!”; ”eu aprendi a beber em casa, com o meu pai, meus filhos vão aprender a beber comigo” e mais uma infinidade de pensamentos e condutas que são reproduzidas nas gerações seguintes e que são vividas por quem as pratica como algo absolutamente normal e natural.

A ESCOLHA DO PARCEIRO

Na escolha do parceiro amoroso também sofremos uma influência imensa das referências de nossa família de origem. A  escolha amorosa tem uma trajetória inconsciente que vai sendo elaborada desde as primeiras relações afetivas na família. Pai e mãe, além de objeto de amor, são também modelos de identificação muito importantes. Se a identificação com os pais for positiva, acabamos escolhendo parceiros semelhantes a eles, repetindo a mesma história familiar. Se ao contrário, rejeitamos a imagem deixada por nossos pais, tomamos um caminho diametralmente oposto e buscamos parceiros totalmente diferentes deles.

A história de cada um de nós é resultado de herança genética, legado familiar e influência cultural, portanto nossas escolhas estão relacionadas a um conjunto de valores pessoais, familiares e sociais. Então, costumamos escolher nossos parceiros, buscando alguém que ou represente uma pessoa importante do passado, normalmente pai e mãe; ou alguém que tenha determinadas características que sejam parecidas com as nossas, em quem percebemos afinidades ou ainda pelo oposto, por possuírem características que valorizamos muito e não possuímos. Não podemos esquecer que escolhemos regidos pela paixão e que paixão e bom senso nem sempre combinam.

FAMÍLIA DE ORIGEM

No casamento, duas pessoas únicas e diferenciadas, que tiveram uma criação diferente, que viveram experiências diferentes, que pensam diferente com relação a determinados aspectos resolvem partilhar uma vida juntos. Lidar com escolhas e diferenças não é nada fácil e sendo assim, seria muito produtivo e importante que elas conversassem de forma franca e aberta sobre suas expectativas, sentimentos, desejos, dificuldades, experiências e as vivências em suas famílias de origem. Refletir sobre o que você valoriza em sua família de origem e que, por conta disso, gostaria de levar para a relação de vocês precisa ser negociado com o seu parceiro antes do casamento e não durante, para evitar um depois cheio de surpresas e complicações.

Também é fundamental que você preste muita atenção na forma com o ser amado se relaciona com seus familiares e amigos, como ele lida com as pessoas importantes na nossa vida, na forma com que ele trata as pessoas em geral, especialmente os mais humildes, além, é claro, na forma como ele lhe trata. Toda atenção é necessária para que você possa construir um relacionamento em que exista respeito à individualidade e cumplicidade. Liberdade é o ar que o amor respira. Respirem e vivam junto com alegria o encontro de vocês. Feliz vida!

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